Sonhar é preciso: a riqueza do Natal em O milagre da Rua 34


"Jingle bell, jingle all the way"... olá amigos do Claquete Dez...

Desde criança, o Natal sempre exerceu sobre mim um fascínio muito grande. Sou simplesmente apaixonada por tudo o que se refere à data.

Isso não somente pelo (enorme) significado, o nascimento de Cristo, mas também pelo clima de finalização e integração que a época traz consigo. Tempo de esperança e de renovação, apesar da mercantilização da data.

O filme-post de hoje traduz minha paixão e, em plena véspera de Natal, a divido com você, seguidor do Claquete Dez.

O milagre da rua 34 é um filme de 1947, mas sua versão mais conhecida é o remake, de 1994. Dirigido por Les Mayfield, o filme fala do quanto, na vida, é preciso renovar as esperanças e pensar de modo positivo. De que os sonhos não têm idade e de que buscá-los é condição indispensável à vida.

Tendo ouvido da mãe que o Papai Noel não existe, a pequena Susan já não almeja muita coisa para o Natal.

O que ela não sabia, porém, é que, para se tornar realidade, os sonhos precisam que apostemos neles. Que os vejamos concretizados em nossa mente e coração antes de qualquer coisa.

Susan dá-se conta dessa verdade ao conhecer Kim. Um Papai Noel contratado por uma loja de departamentos da qual a mãe de Susan é a gerente. O que Susan (e nós) descobrimos é que ele tem, consigo, algo muito especial.

O que está em jogo, aqui, não é o que o dinheiro pode comprar no Natal, mas a capacidade de sonhar. Não somente a pequena Susan é presenteada, mas todos que apreciam essa linda história, como algo vital. Ter algo em que acreditar e, em razão disso, superar limitações e jamais deixar de sonhar, apesar das frustrações e dores que fazem parte da vida.

Um filme para assistir não só na época de Natal, mas sempre que necessário para nos motivar e renovar esperanças.

Adoro a atriz mirim que interpreta Susan, a mesma que protagonizou "Matilda".

Por meio desse post, desejo a todos um Feliz Natal, repleto de amor e de paz. Em especial ao meu amado amigo-irmão Northon (Be), que ama o Natal tanto quanto eu. Esse post é todo seu!

Também os abraços cláqueticos de hoje vão para Clau e família, Fernando, minha família, Laura, Líz, Márcia, Jhonny e Vanessa.

O Brasil de 70 sob um olhar inocente: O ano em que meus pais saíram de férias


Olá amigos do Claquete Dez...

Hoje, vou falar de um filme que assisti há cerca de quatro anos e que me marcou pelo forte conteúdo crítico que carrega.

A trama se passa em São Paulo, na década de 1970. A efervecência da Copa do Mundo, com fenômenos como Rivellino e Pelé em campo. Primeiro mundial de futebol a ser transmitido em cores (obrigada, Clau , http://www.futeboldesaias.blogspot.com/), diretamente do México.

Época do auge da Ditadura Militar, governo Médici, pós AI-5 (de 68).

É esse o cenário em que se desenrola a trama do filme-post de hoje, O ano em que meus pais saíram de férias, de 2006. Dirigido por Cao Hamburger, o filme retrata os acontecimentos dessa época emblemática pelo olhar de Mauro, um garoto de 12 anos (Michel Joelsas).

Filho de militantes, Mauro fica sob os cuidados do avô por ocasião de uma viagem de seus pais. Questionada pelo filho, a mãe dele, Bia (Simone Spoladore) diz estar saindo para férias com o esposo Daniel. Os dois, na realidade, intentam sair do país para o exílio.

Enquanto isso, Mauro, que parece não ter a real noção do que está ocorrendo, dada sua inocência de criança, vê as coisas mudarem assim que seu avô (interpretado pelo saudoso Paulo Autran) falece. No bairro de Bom Retiro (famoso, em Sampa, por acolher, no passado, os imigrantes estrangeiros e os migrantes nordestinos), o garoto passa a viver sob a tutela de Shlomo (Germano Haiut, maravilhoso no papel).

Chamado de Moshle (Moisés) pelo judeu Shlomo, Mauro passa a perceber, ora angustiado, ora entusiasmado, o que está ao seu redor. É uma visão infantil, porém não alienada, do que o país está vivendo naquele momento. Ora ele se ocupa em se arrumar "a la Seleção Canarinho" para torcer pelo Brasil. Ora vai para a rua jogar, como qualquer menino de sua idade. Em alguns momentos, chora de saudades dos pais. Em outros, se aborrece com as rabugices e as repreensões de Shlomo, que, embora rígido, manifesta carinho por seu "Moshle". Até o momento em que Bia volta para reaver seu filho. De Daniel, o pai, ninguém mais soube.

É, seguramente, amigo seguidor do Claquete Dez, um dos retratos mais impressionantes da complexidade da década de 70. Uma mescla de inocência e sabedoria. De desencontros e reencontros. De perdas e ganhos. Uma visão contundente do real sentimento de NAÇÃO, na dor e na alegria.

A trilha sonora também é muito boa. Destaque para o samba "Balança pema", maravilhoso na voz de Jorge Ben (que era Ben, agora é Benjor), e que sempre ouvi na voz da (diva) Marisa Monte.

O abração do Claquete, nesta semana vai para a Clau, que muito me ensina. Amiga, esse post é seu.

Mais abraços claquéticos ao Be (amo!), Cris, Jhonny, Líz, Laura e Fernando.
Luz, câmera, NAÇÃO!

O primeiro poder: o Jornalismo na berlinda em "O quarto poder"

Olá amigos do Claquete Dez!


As notícias são sempre tomadas como um discurso de verdade. Se um meio de comunicação, em especial a TV, está transmitindo algo, é hora de ver, pois está de fato acontecendo. A verdade.

Essa é a tônica do Jornalismo, ciência a qual abracei há alguns anos, e que tem, como missão, informar e divulgar fatos. Mas é justamente esse o princípio colocado em cheque no filme-post de hoje. O quarto poder (Mad City), dirigido por Costa-Gavras.

Feito nos idos de 2000, o filme fala da dualidade entre a necessidade de divulgar o furo jornalístico e a fidelidade ao real. Pode erguer e derrubar personalidades. Servir ao bem comum ou limitar-se por conta de interesses que estão além da informação. Que uma mesma imagem pode ter uma série de interpretações e significados.

Tudo começa quando o repórter (sensacionalista) Max Brackett (Dustin Hoffmann, excelente como sempre) vai ao museu da bucólica Madeline, sucursal da emissora de TV em que atua, para executar uma "pauta de gaveta". Ou seja, aquela matéria que poderia muito bem esperar para amanhã.

A entrevista com a diretora do museu segue morna. Até o momento em que um ex-vigilante do local, Sam Baily, vivido por John Travolta (alô terceira fase de Jornalismo!), chega ao local armado para reaver seu emprego. Ingênuo e desesperado, acaba disparando a arma sem querer, acertando um funcionário.
Para piorar sua situação, o museu estava, àquele momento, sendo visitado por uma turma do ensino fundamental. Todos, a partir dali, são reféns "acidentais".

Começa aí o espetáculo. Max, refém do atormentado Sam, passa, sob a desculpa de ajudá-lo a "ganhar a confiança da opinião pública", passa a dizer tudo o que ele deve fazer. A intenção do repórter, porém, é brilhar, é ser a estrela, o herói daquela situação.

Todo o país, devido ao "bombástico" acontecimento, volta seu olhar para o museu. Quem é Sam, afinal, perguntam os repórteres?

A situação foge de controle. As emissoras passam a dar boletins ao vivo do lugar.

Programas de entretenimento, humor e os talk shows começam a entrevistar o "sequestrador por acaso". A família dele é entrevistada. Sua imagem, associada às mais diferentes problemáticas: pobreza, revolta, desequilíbrio emocional e econômico e até racismo (já que o homem em quem ele atirara sem querer era negro).

Um verdadeiro circo é montado em torno da situação. Tanto que, da sucursal de Nova York, o âncora Kevin Hollander (Alan Alda), inimigo mortal de Max Brackett, é mandado para cobrir o fato, que, pela repercussão, é divulgado em todo o país. Brackett, antes interessado somente em se promover, começa a repensar sua postura.

O filme em muito se assemelha com o que muitos programas sensacionalistas que a televisão (e outras mídias) nos repassam todos os dias. O que está em voga? A verdade, a ética ou a elevação da audiência?

É a pergunta que o filme, e o Claquete, deixam no ar.

O abraço especial do Claquete Dez, hoje, vai para o Guilherme, pessoa amiga e que sempre me incentiva a ir além. Gui, esse post é pra vc.

Clau, Be (amooo!), Fernando, Líz, Vanessa, Laura e Jhonny, abraços claquéticos a vcs também.

Luz, câmera... INFORMAÇÃO.


























"É melhor ser alegre que ser triste": a busca do equilíbrio em Comer, rezar e amar

Até onde temos de ir para encontrar a nós mesmos?

Foi essa a pergunta que eu tinha em mente ao ir assistir ao (a mim, surpreendente) Comer, rezar e amar (Eat, pray, love, 2010). Dirigido por Ryan Murphy, foi originado a partir do livro homônimo da norte-americana Elizabeth Gilbert.
Confesso que, ao entrar no cinema, fui mais pela empolgação de minha mãe, super fã da Julia Roberts, que interpreta de forma excelente a autora, Liz.

O filme fala da experiência pessoal de Liz Gilbert, uma mulher bem casada e próspera na profissão. Numa noite, entretanto, ela se sente assolada por um vazio interior, que a leva a sair da zona de conforto em que vivia em nome daquilo que, sob diferentes nomes e motivos, buscamos: a felicidade.

Seis meses antes, Liz visitara Bali, onde um velho xamã descreveu a busca que, ali na frente, ela iria começar. Em três países, ela começa sua peregrinação entre a alegria e a autocensura, entre a despreocupação e as angústias que volta e meia acometem qualquer ser humano.

Sua jornada em busca de si mesma, de Deus e da felicidade tem início com o divórcio, um novo romance e a partida para a Itália.
Lá, aprende a COMER sem culpa, na companhia dos amigos, apreciando a cultura, as cenas do cotidiano, e, evidentemente, a arte de alimentar-se com mais prazer e menos remorso.

Para ela, entretanto, ainda é necessário trabalhar a espiritualidade. É então que, em meio à efervecência e à generosa receptividade italiana, Liz parte em favor do REZAR. Na Índia, dentre pessoas em voto de silêncio e a angústia de se sentir distante de tudo, Liz busca aquietar a mente e a alma.

Nessa jornada, o velho Richard apresenta-se a ela como um amigo controverso. Ora pai, ora persona non grata, ele é contundente (e assim mesmo, sábio) ao discutir com ela verdades que (invariavelmente) são difíceis de ouvir a respeito da gente mesmo.

Como diz o velho ditado, o melhor é sairmos da festa quando ela está em seu auge. E é isso que Liz faz ao retornar a Bali para, de certo modo, "fechar o ciclo" que a levou a essa peregrinação em busca de si própria.

O belíssimo "Samba da Bênção" (do qual tomei emprestado o título deste post) dá o tom à passagem de Liz pela Indonésia. É lá que, de forma inusitada, ela conhece o brasileiro Felipe (Jávier Barden), cujo sotaque, estranhíssimo, em nada é parecido com nenhum dos jeitos brazucas de falar.

Lá, o AMAR que ela tanto buscou pode procurá-la. Mas essa já é uma história a ser conferida por você, amigo (a) do Claquete Dez.
Adianto que as paisagens são lindas, há cenas maravilhosas, algumas pitorescas, outras tristes, outras totalmente verossímeis.

Um filme que, confesso, julguei mal, achando ser a repetição do modelo happy end de Hollywood.

Para alguns, um filme feminista. Para mim, uma história eminentemente HUMANA.

O abraço vai para todas as mulheres que seguem o Claquete, em especial minha mãe, Teresinha, e minhas amigas Clau, Maga, Líz e Maite.
Segue o link para o trailer do filme:

Luz, câmera, INSPIRAÇÃO...




Uma ideia para mudar o mundo em "A corrente do bem"


Olá amigos... saudações cinéfilas.


Pagar o que alguém nos fez de bom para, pelo menos, três diferentes pessoas.

Em um mundo em que más notícias e fofocas parecem ter tanto espaço, a ideia do filme-post de hoje é mais do que interessante.

Fazer o bem sem olhar a quem é, digamos, a moral de "A corrente do bem" (Pay it forward), de 2000. Dirigido por Mimi Leder, o filme conta com um elenco de atores consagrados, mas o destaque fica realmente com a boa história.

O professor Eugene Simonet (o ótimo Kevin Spacey, de Beleza Americana), no primeiro dia de aula, desafia seus alunos a criar, individualmente, uma ideia que mude o mundo. Simonet, sempre disposto e firme, mostra-se frágil toda a vez que alguém pergunta o que causou as profundas cicatrizes que traz no rosto.

Sentado na primeira fileira da classe, o esperto Trevor McKinney (Haley Joel Osment, de Inteligência Artificial) resolve colocar em prática um plano desafiador. Decide beneficiar três diferentes pessoas, exigindo apenas que elas "paguem de volta", auxiliando outras três pessoas. Eis que a corrente do bem entra em ação.

A primeira pessoa que ele decide ajudar é o andarilho Jerry (Jim Caviezel, de O conde de Monte Cristo). Sofrido e tentando vencer a dependência química, Jerry, já desacostumado a receber ajuda das pessoas, passa a buscar a dignidade há muito perdida.

Trevor, embora esperto e atento a tudo que está à sua volta, traz consigo uma grande tristeza. Sua mãe, Arlene (Helen Hunt, de Melhor é impossível, maravilhosa no papel), é alcoólatra e o desajustado pai Ricki (Jon Bon Jovi) os deixa toda a vez que o dinheiro acaba.
Por sua vez, o professor Simonet, ao perceber a obstinação de Trevor, o apoia incondicionalmente. É então que o aluno o inclui em sua lista de pessoas que necessitam de ajuda.

E busca, em sua inocência e boa vontade, unir sua mãe ao professor. Arlene, que há muito não falava com a mãe, resolve ir em busca dela e a perdoa, levando em conta o ensinamento repassado pelo filho Trevor.

A corrente do bem se torna célebre em todos os estados dos EUA. Trevor concede entrevista em rede nacional a respeito. Isso porque o repórter, que a promove, Jay, fora beneficiado pela corrente do bem. Sai, então, em busca da origem dessa ideia.

Essa história poderia ser piegas e dramática, mas é tão real quanto as que já ouvimos ao menos uma vez na vida. A vulnerabilidade e as fraquezas das personagens, assim como suas vitórias e superação de limites, são evidenciados.

Um filme muito especial, que nos faz pensar no que, de fato, temos feito em favor dos outros.

Os abraços do Claquete dez, hoje, vão para Clau, Be, Fernando, Líz e Rafael.

Luz, câmera, AÇÃO (em favor da gente e do próximo).





















À prova do tempo: um amor incansável em O amor nos tempos do cólera

Amigos do Claquete, saudações cinéfilas e hoje, especialmente literárias.

Por quanto tempo você seria capaz de esperar pelo amor de alguém?

Essa é a pergunta que dá início a uma das mais belas histórias que já tive a oportunidade de conhecer: "O amor nos tempos do cólera", de Gabriel Garcia Márquez.


O filme homônimo foi feito nos Estados Unidos, reproduzindo, nas telas, o belo e invencível amor de Florentino Ariza (Jávier Barden) por Fermina Daza (Giovanna Mezzogiorno). A direção primorosa fica por conta de Mike Newell.


Os dois se conhecem e se apaixonam à primeira vista quando ainda são muito jovens. O pai de Fermina, comerciante de origem humilde, é contra a união da filha com o jovem poeta, pois deseja que ela se case com alguém rico e que possa dar a ela uma vida digna e calma.

Ele a leva embora da cidade e, após alguns anos, Florentino ainda a espera. Aconselhado por sua mãe, Transito (a diva de nosso cinema, Fernanda Montenegro, em atuação impecável), o poeta aguarda sua amada.

Fermina, porém, acaba incorporando a ideia do pai, se casando, dentro de pouco tempo, com o médico Juvenal Urbino (Benjamin Bratt). O interessante, para mim que li o livro (meu favorito!) antes de assistir ao filme, foi perceber a diferença no foco narrativo. No livro, o protagonista é Juvenal Urbino, enquanto no filme, que tem um tom bem confessional, Florentino Ariza é quem dá as cartas.
Com o tempo, e acompanhando Fermina às escondidas, Florentino se torna um homem próspero, rico e muito assediado pelas mulheres, tendo em vista seu jeito de rapaz desamparado.

Juvenal e Fermina, a seu turno, se dão bem, apesar de muitas diferenças, e formam uma bela família. Até o dia em que, após mais de 50 anos de união, Juvenal morre em virtude de uma queda.

Florentino Ariza, incansável, após, o luto de Fermina, se reaproxima dela. E qual terá sido, leitor do Claquete, a reação da amada do obstinado poeta, agora empresário bem-sucedido?

Terá a chama desse amor sido reacendida entre Ariza e Fermina?

A história, ambientada na Colômbia, terra de Garcia Márquez, é inesquecível. Cenas fortes, algumas tórridas e outras comoventes, pontuam esse romance. A música "Penso em tí", da maravilhosa Shakira, é o tema principal. Fica aí a dica.

O abraço do Claquete desta semana é, primeiramente, para a Clau, a verdadeira "mãe" do Claquete Dez. Foi ela quem me incentivou para que criasse esse espaço na blogosfera. Também agradeço ao meu amigo-irmão Be, responsável pelo visual do blog. Meu Midas!

Abraços especiais, ainda, para Cris, Fernando, prof. Rafael, Liz e Guilherme.






O imagético, o real e o imaginário: o século XX em Nós que aqui estamos, por vós esperamos


Olá, amigos do Claquete Dez...

Inicio esse post com uma pergunta, já feita quando conversamos a respeito do filme "Adeus, Lênin", há alguns meses: como construímos os significados?

Em nossa vida, a comunicação é o que nos faz dar sentido a tudo o que está ao redor. Por meio de imagens, gestos, palavras e sons, atribuímos valor aos fatos. É isso que nos dá a noção de causa e consequência, e ajuda a estabelecer com o mundo uma relação de causa e consequência.

Essa é a tônica do excelente documentário "Nós que aqui estamos, por vós esperamos" (1998), do cineasta brasileiro Marcelo Masagão.

No documentário, o diretor busca resumir, somente usando imagens de arquivo, os acontecimentos marcantes do século 20. O resultado vai além do registro e da releitura histórica. É uma visão surpreendente, criativa e, em alguns momentos, aterradora de uma época.

Para contar a história do século passado, Masagão, a partir das imagens das lápides de um cemitério, começa uma narrativa que mistura a realidade (e as imagens de arquivo como signos até então inequívoco do real) e ficção, personagens reais e imaginados.

Elementos da realidade (como a explosão da Challenger ao vivo, em 1986) e a história (fictícia, mas altamente verossímil) dos homens da Família Jones e a luta em três grandes guerras são pontos-chave desse interessante documentário.

Verdade, espetáculo, verdade, ficção. Marcelo Masagão brinca com essas categorias e com os sentidos, com toda a noção de realidade e ficção que temos. Mexe, enfim, com nossos mapas de significado dos quais falou Stuart Hall. Ou seja, os padrões e códigos sociais que temos para significar o mundo e a ele atribuir valor.

Em “Nós que aqui estamos...”, as imagens são recortes do real que, acrescidas de elementos como uma legenda, uma narração, uma música ou outros, ganham outro significado.

É um documentário que vale a pena ver. Uma releitura dos grandes marcos do século XX, com um forte conteúdo crítico. A excelente trilha sonora de Win Mertens reforça essa visão.

O abraço do Claquete, nesta semana, vai para meus alunos da disciplina Teoria e Crítica do Jornalismo.

Luz, câmera, (re) construção!

Fazendo a diferença: a promoção da cidadania em Escritores da Liberdade

Saudações, amigos do Claquete Dez...


O que é verdadeiramente EDUCAR?

Quando, há alguns anos, decidi me tornar professora, minha mãe, que já lecionou durante boa parte de sua vida, me disse que educar é mais do que simplesmente passar um conhecimento aos alunos. É buscar contribuir, a cada aula, para o crescimento da turma, como alunos e principalmente, como indivíduos e parte de algo maior, podendo contribuir para fazer um mundo melhor.

Tento levar essa mensagem para a sala de aula todos os dias. Uma grande inspiração para mim foi, há alguns dias, assistir ao fabuloso (e melhor, uma história real) Escritores da Liberdade, de 2007. Dirigido por Richard La Gravenese, é estrelado pela premiada atriz Hillary Swank no papel principal da professora Erin Grunwell. O filme motiva e recarrega as baterias de quem o assiste, sendo você da área da educação ou não.

Cheia de esperança e motivação, a professora Grunwell vai trabalhar em uma escola pública. Dócil e bem-educada, logo ela percebe que terá um desafio e tanto pela frente, o qual vai exigir dela uma mudança de postura.

Convidada a lecionar Língua Inglesa, em suas primeiras aulas, os alunos, acostumados a serem desprezados por sua origem pobre, a desafiam de todas as formas. Gritam, brigam entre si e dizem, em vários momentos, que ela é desnecessária ali. "Você é uma ricaça que não sabe quem somos, nem o que sentimos", disse a ela um aluno.

Nesse momento, a educadora vira o jogo: pergunta aos alunos se eles sabem o que foi o Holocausto. Explica que ele consistiu, entre outras coisas, em pregar que alguns seres humanos valiam mais do que outros, matar e guerrear em nome dessa tese. Desperta nos alunos total vontade de buscar o conhecimento, ao se colocar numa posição de igualdade para com eles.

A partir disso, a Sra. G., como passa a ser chamada pela turma, começa sua missão. Com firmeza, disciplina e real interesse por seus alunos, lhes mostra o quanto é importante aprender, conhecer o mundo e sua história para se sentir SUJEITO. Mesmo alunos resistentes e sofridos, como a jovem mexicana Eva, começam a tratá-la com carinho, respeito e amizade, ao ver que ela os entendia e, a cada aula, queria vê-los crescer e se afastar do perigo das ruas.

Por meio de dinâmicas interativas, visitas a museus e leitura de livros como "O Diário de Anne Frank", a Sra. G. vai mantendo os alunos interessados. Eles percebem pela primeira vez que têm muito valor para si mesmos, para ela e para o mundo.

Motivados pela história do livro, encaminham redações à mulher que convivera com Anne Frank em seu esconderijo na Alemanha nazista. Mais do que isso, em grande esforço conjunto, trazem-na para uma palestra no colégio.

O "lado B" dessa bela atitude de Erin em sua missão fica por conta da resistência dos colegas, que se opõem veementemente ao modo como ela trata os alunos, enquanto a turma está fascinada. Inveja, nada mais.
Seu esposo Scott (vivido pelo não menos premiado ator Patrick Dempsey), antes compreensivo e empolgado com o trabalho de Erin, passa a criticá-la, afirmando que ela agora só pensa nas horas em que está com a turma. Mas ela segue em frente.

Erin pede aos alunos, que já desejam que ela permaneça com eles nos próximos anos do Colegial, que cada um faça um diário. "Vocês podem escrever qualquer coisa no diário", disse ela. "Se quiserem que eu o leia, coloquem o diário no armário da classe e deixem a porta aberta. Se não, vou respeitá-los e não lerei o que escreveram".

Surpreendentemente, todos passam a contar suas histórias, de luta, dor, alegrias e angústias, nas páginas do diário. Isso os une e os vivifica. A compilação dos diários, mais tarde, deu origem ao livro The freedom writers, que inspirou o filme.

Vale muitíssimo a pena assistir à bela história. Faz a gente pensar, mesmo nos dias "de saco cheio", que nossa conduta e a forma como tratamos os outros FAZEM A DIFERENÇA.


Luz, câmera, EDUCAÇÃO!

Meu abraço nesta semana vai para meus alunos e colegas professores.

Em especial, nesse post, homenageio meus queridos mestres, que me inspiram a trabalhar motivada todos os dias. Também aos amigos Be, Clau e família, Rafael, Andressa e Fernando, o Claquete Dez agradece.









Invictus: um grande líder, um aprendiz fantástico


Saudações cinéfilas, amigos do Claquete Dez...


Definir Invictus como MARAVILHOSO é reduzir o impacto que ele causa a quem o assiste. É uma das mais lindas histórias que já conheci.

Durante o feriado da Independência, tive oportunidade de assistir ao filme Invictus, de 2009. Dirigido por Clint Eastwood, tem o mestre Morgan Freeman e o não menos excelente Matt Damon nos papéis principais.

A produção conta a história de um dos maiores líderes de nossos tempos: Nelson Mandela. Tem início à época em que este foi libertado da prisão onde ficou durante 27 anos e se torna presidente da África do Sul. Numa época pós-apartheid, Mandela (ou Madiba, como é chamado, maravilhosamente interpretado por Morgan Freeman), tem uma dura missão pela frente.

Frente aos comentários maldosos e à resistência dos funcionários do antigo governo sul-africano, Mandela ousa liderar. Pagar o mal com o bem, pregar o perdão e a igualdade e acolher mesmo aqueles que pensam de modo diferente do seu, pedindo, pela conduta honrada e pacífica, um voto de confiança.

O filme conta, paralelamente, a história do time de rugby sul-africano, os utilizado para amenizar as marcas que a segregação racial trouxe à convivência de brancos e negros. Capitaneado pelo persistente François Pineaar (representado pelo fantástico ator Matt Damon, que superou muitos limites para fazer esse papel), o time vai de mal a pior.

A pedido de Mandela, François apresenta-se à casa presidencial. Recebe dele uma importante missão: motivar seu time a ser querido pela nação. Mais ainda, a formar uma nação, já que o apartheid deixara ferimentos profundos na vida dos sul-africanos. Não sem resistência e angústias, François consegue o que lhe foi pedido.
Em cada cena, percebemos Mandela ensinando. François, em se permitindo ensinar, passa a ser um líder ainda mais entusiasmado junto ao seu time.

O time passa, então, a disseminar as ideias do presidente Mandela, ensinando rugby nas comunidades mais desfavorecidas do país. É uma lição para os jogadores, para os garotos que aprendem e para a nação. Também para nós, que assistimos ao filme.

É incrível perceber como Mandela se interessa verdadeiramente pelas pessoas, decorando seus nomes e preocupando-se em levar a cada habitante do país uma palavra (e um exemplo) de que boas atitudes e gentileza valem a pena. Veste a camisa do time e motiva a nação a fazer o mesmo. Atitude que resultou em um surpreendente resultado do time da África do Sul na Copa do Mundo de Rugby, em 1995.

Cada cena dessa belíssima produção constitui, para a gente, um poderoso ensinamento.

Vendo Invictus, me emocionei muitas vezes. Torci pelo time de Pineaar, me entristeci como o capitão ao visitar a prisão em que Mandela ficou durante 27 anos. Chorei com o poema de Willian Henley, cujo nome é Invictus. Nele, Madiba busca forças para lidar com a tristeza na prisão, mas também se motiva ao tornar sua alma invencível frente aos problemas.

O filme foi indicado ao Globo de Ouro de melhor direção (Clint Eastwood), ator (Morgan Freeman) e ator coadjuvante (Matt Damon) neste ano. Recebeu também duas indicações ao Oscar: a de melhor ator para Morgan Freeman e melhor ator coadjuvante para Matt Damon.

Invictus é, enfim, uma lição imperdível.

O abraço do Claquete hoje vai para os fiéis "espectadores" deste blog Be, Clau e família, Andressa, Wagner (bj!) e Fernando.

A atualidade da crítica de Jorge Amado em Capitães da Areia


Marginais ou marginalizados?

Essa é a pergunta que paira em nossas mentes ao ter contato com a história escrita nos idos de 30, mas que é, mais do que nunca, atualíssima.

Falando da obra Capitães da Areia, de Jorge Amado, o Claquete hoje fará uma viagem pelo universo literário, uma vez que o filme homônimo será lançado em novembro próximo. Sob direção da neta do autor, Cecília Amado, o filme promete mexer com as emoções de muita gente. Principalmente por desconstruir muitos dos pré-conceitos e padrões que regem a vida social.

A história, carregada de um tom jornalístico muito forte, faz uma crítica contundente à voz (ou à falta dela) e à vez (ou nenhuma vez...) dos menos favorecidos, em nossa sociedade.
Pedro Bala é o chefe de uma turma de meninos de rua, que, destituídos de carinho materno ou de qualquer outra perspectiva de sobrevivência, moram num trapiche abandonado da capital da Bahia.

Personagens densos, complexos, contraditórios, sensíveis. Bala, Gato, Professor, João Grande, Sem-Pernas e os outros dedicam-se a assaltos e outros crimes. São foras-da-lei, e as autoridades vigentes não se cansam de declarar isso via mídia.

Na contramão, pessoas como a mãe de santo Aninha, o capoeirista Querido de Deus e o padre José, lutam incansavelmente pelo bem-estar deles. Os veem como crianças que ainda podem sair dessa vida de erros e dores.

Durante a trama, os capitães amam, odeiam, roubam, são capturados pelo Reformatório, sofrem, riem, se encantam, se apaixonam. É especial a passagem do livro em que a jovem Dora chega ao bando. Lá, ela faz as vezes de mãe. De irmã. De amor eterno de Pedro Bala.

Eu, ao conhecer essa história por meio da minha amiga Cláudia, sorri, chorei e, certamente, cresci. Li o livro em menos de uma semana.

Aliás, vale (e muito) a pena ler o que a Clau escreveu no http://leioenleio.blogspot.com/2010/06/capitaes-da-areia.html sobre a obra.

Acima de tudo, os meninos, marginais, mas principalmente marginalizados, são seres humanos, retratados com muita propriedade pelo autor baiano. Para escrever Capitães da Areia, Jorge Amado foi viver durante algum tempo com os meninos de rua de Salvador. Presenteia-nos com uma visão diferente, que nos faz sair do nosso "quadrado"e olhar o mundo de forma mais humana.

Aos amigos e leitores do Claquete, aí está o link do trailer do filme Capitães da Areia, cuja trilha sonora é do maravilhoso Carlinhos Brown.


http://www.youtube.com/watch?v=7ySUSToBF_U

O abraço do Claquete Dez hoje vai para Clau (obrigada, amiga!) e família, Cris Possamai, Jhonny Colin, Andressa e Be.

Luz, câmera, HUMANIZAÇÃO.

Real, irreal, surreal: as diferentes "realidades" em A origem

Saudações, amigos do Claquete Dez!


Quem de nós nunca teve um sonho do qual não queria acordar?

De outro modo, quem nunca teve um pesadelo de que não via a hora de se ver livre e despertou aliviado pela manhã?

Essas duas questões vieram à minha mente ao assistir ao recente A origem (The inception, 2010), que tive a oportunidade de ver no cinema há alguns dias. Tendo Leonardo Di Capprio no papel principal, o filme conta com a direção de Christopher Nolan (do último Batman). De longe, um dos filmes mais inteligentes e complexos que já vi.

O atormentado Don Cobb (Di Capprio, em atuação madura e irrepreensível) é um espião que tem o difícil ofício de "invadir" o sonho das outras pessoas, com a finalidade de descobrir senhas e demais segredos. Traumatizado pela recente morte da mulher Mall (Marion Cottilard), da qual é acusado, Cobb está agoniado para ver os filhos, que ficaram com seus pais.

Suas lembranças não o abandonam nem durante o trabalho. Com Mall, ele criara um mundo na "Terra de Morfeu", ou seja, no lugar em que ambos iam ao adormecer na realidade em que vivemos.

Desesperado com a possibilidade de nunca mais tornar a ver seus filhos, aceita a proposta do empresário Saito (Ken Watanabe). Recebe dele a tarefa inédita de inserir na mente Fischer (Cillian Murphy), filho de seu principal concorrente, um milionário do setor elétrico americano, uma perigosa ideia. Ao final, poderá voltar a ver seus filhos, se tudo correr bem.

Inicia a missão com a ajuda de seu pai (interpretado pelo maravilhoso Michael Caine, que sempre atua nas produções de Nolan) e dos amigos e especialistas em sonhos Ariadne, Arthur e outros. Cada um deles apresenta uma habilidade diferente. Um se passa por qualquer pessoa nos sonhos. Outro tem a missão de acordar os colegas de equipe com o que chama de "chute".

Durante a viagem em direção à mente de Fischer, quatro dimensões de sonho são conhecidas por Cobb e sua equipe. Um sonho dentro do outro, um universo mais louco a cada nível, em que os espiões buscam inserir na mente do jovem.

O que eles não sabem é que Fischer talvez não seja despreparado assim quando o assunto é invasão da mente.

O filme guarda incrível semelhança com a trilogia Matrix.

Fantasias, divagações, tiros e sonhos à parte, o que fica de mais forte, nessa trama, é a sede que todos temos de experimentar, no mundo "real", bons momentos ao lado daqueles que amamos. É o que move Cobb durante toda a história. É o que nos move também.

Por isso, escolhi esse filme, bem diferente dos já comentados aqui no blog, para dividir com vocês.

O abraço do Claquete Dez hoje vai para Cirta, Jhonny, Clau e família, Be e Fernando.

Luz, câmera, ILUSÃO.

Vidas entrelaçadas e a iminência da morte: o amor incondicional em "Fale com ela"

"O amor tudo suporta", diz o versículo bíblico. Foi esse o pensamento que me acompanhou ao assistir ao excelente "Fale com ela" (Hable com ella, 2002), do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, nosso filme-post desta semana.

Almodóvar retrata com sensibilidade temas como o amor, a amizade, a vida familiar e os conflitos. Por isso, gosto de suas produções.

Benigno, Marco, Alícia e Lydia. Poderiam ser quatro estranhos, pessoas por quem eu e você passaríamos na rua ou sobre quem leríamos a respeito nos jornais. E eles o eram. Até que a vida (e sua antítese, a morte), de forma contundente e irreversível, os une.

O enfermeiro Benigno (Javier Cámara) desdobra-se em cuidados com a jovem bailarina Alícia (Leonor Waitling) que, pelo estado de coma em que se encontra, parece que jamais voltará à vida. Nesse momento da história, os nomes de Benigno e Alícia aparecem na tela unidos (Benigno-Alícia).

Um dia, Benigno, sempre envolvido com o trabalho e os cuidados com a mãe idosa, vai ao teatro. Impressiona-se com a peça. Porém, o que realmente capta sua atenção é o choro emocionado de um homem, por volta de 40 anos, o jornalista Marco (Dário Grandinetti).

Marco, ao assistir a uma tourada, conhece Lydia (Rosario Flores, maravilhosa no papel, embora eu odeie touradas), toureira que herdara do pai a profissão (e a sina). Suas vidas caminham juntas, até que um acidente na arena (e um segredo não revelado) deixa Lydia à beira da morte. A sequência que aparece na tela a essa altura da trama é: Marco-Lydia.

Histórias e lembranças, momentos e pessoas vêm à mente de Marco, o namorado. Ao vê-lo no hospital, Benigno o reconhece, e recomenda a ele que FALE com sua amada, ainda que ela esteja em coma.

A seu turno, Benigno relembra o momento em que conheceu Alícia, que ensaiava na escola de balé em frente à casa dele. E dialoga com ela inerte. E ultrapassa, por assim dizer, o limite da ética por conta do amor que sente pela bailarina.

Com a morte de Lydia oito meses depois, Marco volta à Espanha, já que Benigno fora preso. Por força das circunstâncias e pela amizade que surgiu entre os dois, Marco vai em busca de Alícia, que teve destino surpreendente, ao qual somente ele, Marco, terá acesso.

À sequência Marco-Benigno, segue-se Marco e Alícia.

Tristeza, morte, alegria, amizade, amor, angústia, vida: todos esses substantivos e os mais que existem não dão conta dessa bela história, embalada pelas canções de Caetano Veloso. “Paloma”, cantada pelo artista em uma das cenas, é lindíssima.

Uma história diferente, surpreendente e intensa, na qual o amor está acima de tudo. Assistam...

Abraços especiais do Claquete para Be, Clau, Guto (amigos queridos e que amam esse filme), o fofo Cacá e Fernando.

Jornalismo, verdade e o ônus de quem a desafia




Saudações, amigos do Claquete Dez... Estamos de volta, após um curto período de pausa. Hoje, me ocorreu falar sobre a responsabilidade do jornalista.


Ser jornalista é relatar os fatos, tendo sempre como princípio falar a verdade, destacando o que realmente aconteceu. Ouvir os dois lados de uma questão, ser correto e ético são prerrogativas essenciais ao exercício dessa profissão.


Assim, tudo o que é divulgado no rádio ou telejornal a que assistimos, no jornal ou revista que lemos e no portal de notícias que acessamos, deve ser o relato de algo real, verídico.


É justamente desse princípio que o protagonista de nosso filme-post de hoje tenta se valer para escrever para a revista em que atua.



Estou falando da trama de O preço de uma verdade (Shattered Glass, no original, de 2003), dirigido por Billy Ray e estrelado pelo talentoso e versátil Hayden Christensen (que interpreta Anakin/Dart Vader jovem em "Star Wars: a vingança dos Sith").


Baseado em uma chocante história real, o filme fala da vida de Stephen Glass, jovem e bem-sucedido jornalista. Glass, ao que parece, tem um talento especial para relatar acontecimentos, em especial os polêmicos. Suas matérias fazem sucesso nas páginas da revista The New Republic.


Bonito, persuasivo e inteligente, tem um verdadeiro fã-clube na redação, encabeçado por Caitlin (Chlöe Sevigny, excelente no papel). Entretanto, o que ninguém sabe, a princípio, é que Glass faz algo inimaginável. E, a seu turno, também inadmissível.


Tudo vai bem, até o momento em que, com a demissão do editor-chefe, assume o cargo o experiente Charles Lane (Peter Sasgaard, em impecável atuação).



Na revista concorrente, a Forbes, Adam Penenberg (vivido pelo excelente Steve Zahn, que, a meu ver, junto a Sasgaard, é a melhor atuação desta trama), está chateado por não ter coberto (ou, na terminologia jornalística, ter levado um "furo") um evento citado por Stephen Glass, que fizera uma excelente matéria sobre a convenção de "nerds" bastante polêmica.



Como bom comunicador, Adam vai em busca de novas informações sobre o caso citado na matéria do colega-concorrente. Ao confrontar informações para dar campo à questão, se depara com uma verdade aterradora: as informações citadas por Glass não batem, os telefones fornecidos não atendem e os lugares mencionados parecem inexistir.


Lane, o editor da The New Republic, começa a desconfiar de seu promissor repórter, e decide ir in loco conferir o que ele relata, levando-o consigo.


Ética, realidade, polêmica, vendagem e verdade são as palavras-chave dessa história mais do que intrigante. É um filme que, do início ao fim, nos "cola" no sofá.



O final, surpreendente, vocês precisam conferir. Para meus estimados futuros jornalistas (atenção), é referência cinematográfica obrigatória.



Nosso abraço "claquético" (rs) dessa semana vai para minha querida "ex-futura" turma da quarta fase de Jornalismo, além dos amigos e seguidores do Claquete, Be, Fernando, J. Colin, Cláudia e família e Andressa.





Luz, câmera... COMUNICAÇÃO!






Dando um "pé" nos padrões


Conto de fadas que se preze tem, obrigatoriamente: um vilão horrendo, um príncipe bonitão, forte e gentil e uma princesa perfeita com pele de pêssego (ou, como diriam meus afilhados Cláudia e Guto, uma “princesa linda rica rosa do Peloponeso”), certo?

ERRADO!

Em cartaz no Claquete dez hoje, um desenho. É um dos meus favoritos justamente porque manda pelos ares todos esses estereótipos: Shrek, da Dreamworks. Nesta tetralogia (está certo?) o príncipe é um belo canalha, a princesa é linda, mas vira, digamos, uma bela “abóbora” com o pôr-do-sol.
E o herói... Ah, o herói é nada mais nada menos do que um ogro, monstro gente boa e descolado que detona todos os padrões de beleza e de comportamento politicamente correto que conhecemos.
Subvertendo o pré-estabelecido, Shrek vive no pântano de “Tão, tão distante”, sendo temido por todos. Até um dia em que é procurado por diversas personagens de contos de fada (o lobo mau vestido de vovó é impagável). Todas pedem sua ajuda para vencer o príncipe local, mau caráter de carteirinha que deseja expulsá-los do lugar.

Shrek parte, levando consigo um burro falante e um hispânico Gato de botas, malandro agulha e canastrão. No meio de toda essa panaceia, apaixona-se pela belíssima princesa Fiona, a qual o príncipe baixinho, mas gigante na maldade, deseja desposar para se tornar rei, sem saber que ela é portadora de uma terrível maldição.

Combatendo bandidos engomadinhos, fadas madrinhas malvadas e taberneiras de bigode, Shrek vira gente, volta a ser ogro, vira herói, cruza caminhos, faz fiascos e nos diverte a valer. Nota para a maravilhosa trilha sonora, que conta com a dançante Accidentally in Love, do Counting Crows.

Os quatro volumes parecem infantis e bobos, mas trazem consigo uma mensagem poderosa: a de que cada um tem o seu valor, e que não se deve julgar os outros somente pela aparência. Embora essa, no mundo em que vivemos, seja importante, não é tudo, definitivamente.

Clau, obrigada pela ideia! Além da Clau e família, o abraço do Claquete de hoje vai para os amigos e seguidores Be, Fernando, Andressa, Paty, Juliana, Julia e Guilherme;).

Se a vida fosse uma música...


Saudações, amigos e seguidores do Claquete Dez!

Há quem diga que a cada bom momento de nossas vidas, corresponde uma trilha sonora. Se a nossa vida fosse uma música, esta tocaria para sempre nos corações de quem amamos.

No caso do protagonista do filme-post de hoje, a música (e o mar) é a razão de viver. Estou falando de A lenda do pianista do mar (La leggenda del pianista del mare). A trama, de Giuseppe Tornatore, é de 1999, mas, ao mesmo tempo, é eterna.


Assisti a esse filme há muito tempo, mas a todos com quem converso sobre cinema o menciono. É uma das mais belas histórias que já tive oportunidade de conhecer.
O boa-praça Danny Boodmann (interpretado por Bill Nunn), é responsável pelo compartimento de carvão do Virginian, um luxuoso transatlântico. Na noite do revéillon de 1900, Danny encontra um bebê abandonado em uma cabine de primeira classe. Sensibilizado, decide criar o garoto escondido nos porões do navio. O batiza de Danny Boodmann T.D. Lemon Mil Novecentos, mas, com o tempo, o menino fica conhecido apenas como 1900.

1900 cresce saudável e feliz. Aos poucos, habitua-se às intempéries, à inconstância e à beleza do mar, que exerce sobre ele um encanto sem igual. No navio, 1900 tem momentos ternos e alegres, mas também vivencia perdas e dores.
Ao longo do filme, o protagonista, na fase adulta interpretado por Tim Roth (da série Lie to me, que adoro!) nos encanta por sua sensibilidade e inteligência.

30 anos se passam. O inesperado talento que 1900 manifesta ao piano chama a atenção de um grande nome do jazz, Jelly Roll Morton (que foi chamado de o pai do jazz). O músico sobe a bordo do Virginian com o objetivo de desafiar 1900 em um duelo musical.

Indiferente ao seu talento e à comoção que causa ao tocar para mais de duas mil pessoas no transatlântico, 1900 é aficcionado pelos mistérios do oceano. O navio é sua casa, sua proteção, seu mundo. A música e o mar são parte integrante de sua alma.


A apresentação é gravada e levada para a “cidade grande”. Lá, um velho trompetista, Max, perturba-se ao ouvir o som produzido por 1900 ao piano e decide, de algum modo, encontrá-lo.

A sorte de 1900 está prestes a mudar quando, após muitos anos no mar, o transatlântico Virginian será implodido.

O que será dele? Se tornará um artista famoso? Ou será para sempre um sonhador, que apesar de seu enorme talento, decide viver próximo ao mundo em que nasceu e do qual jamais saiu?

Assistam ao filme... certamente, conhecer essa história será uma boa experiência, quem sabe, algo inesquecível. Assim como o é, para mim, essa trama de Tornatore.

Abraços cinéfilos e especiais ao Be (obrigada por tudo), à querida família de Cláudia, Caetano e Guto e aos amigos, que, como eu, apreciam boas histórias: Davi, Julia e Fernando.

Das quadras para a vida


Olá, amigos do Claquete Dez... saudações cinematográficas!!

Nesta semana de "farol baixo" após a volta da seleção para casa, escolhi um filme que deixa no ar uma pergunta: o que é liderar?

Desde sempre, a humanidade busca um sentido para esse termo. Ser líder, a meu ver, é deixar uma lição para as pessoas com quem se convive. No caso de um professor ou treinador, liderar é fazer do próprio comportamento o maior exemplo da conduta que deseja que seus alunos ou jogadores tenham.

Essa é , digamos, a moral da história de nosso filme-post de hoje, Coach Carter: treino para a vida.

Em tempos de fim do sonho do hexa na Copa do Mundo, a película é mais do que nunca inspiradora. Produzido pela MTV Films, dos EUA, o filme, de 2005, conta a história real de Ken Carter, vivido pelo mestre Samuel L. Jackson.

Agora dono de uma loja de artigos esportivos, Carter vive em Richmond, Califórnia. Um lugar em que a esperança é abafada pela criminalidade e a falta de perspectiva.
Nesse local, em que boa parte dos pais de família está morto ou na cadeia, Carter aceita o (imenso) desafio de ser o treinador da equipe de basquete da escola em que se formou e atingiu recordes como jogador.

De personalidade forte e consciente da importância de seu trabalho, o treinador chega para iniciar sua “luta”. Propõe a seus atletas um contrato: para continuar no time, cada jogador precisa frequentar as aulas e ter boas notas em todas as disciplinas.

O que ele encontrou não poderia ser pior: jovens desmotivados, rebeldes, inseguros e grosseiros. De Jason Lion, que não aceita ser chamado de senhor (pois é assim, de maneira formal, mas respeitosa, que Carter os trata e exige ser tratado), a Timo Cruz, jovem descendente de mexicanos que não admite ser contestado, o antigo recordista de Richmond tem um árduo trabalho pela frente. Fora a direção da escola e os pais dos alunos, que, na realidade, estavam “conformados” com o que o “destino” reservara: uma vida pobre e sem perspectivas para aqueles garotos.

Uma caminhada em que, ensinando basquete de modo sério e ao mesmo tempo divertido, Carter vai mesclar, à sua disciplina espartana (manifestada na fala: “o treino começa às três. Às duas e cinquenta e cinco, vocês já estarão atrasados”) uma generosidade e senso de justiça maiores do que ele (quando diz: “se vocês trabalharem e se dedicarem aos estudos, vão vencer. No basquete e na vida”).

O grande dilema, nessa história, ocorre quando Carter, mesmo com os bons resultados que seu time conquista nas quadras, fecha o ginásio e para os treinos. Isso porque as notas dos meninos (parte essencial do contrato feito com eles no primeiro dia) estavam ainda muito baixas.

O fato atrai a atenção da imprensa e da comunidade, que reprova o treinador pela atitude.

Os resultados? Confiram no filme. Bela produção que, em dois dias, arrecadou 24 milhões de dólares em bilheteria.

Liderar, por vezes, é “estagiar” na impopularidade. É desagradar a vontade momentânea (no caso do filme, o basquete) em nome de um objetivo maior. Na trama, o futuro dos jovens e sua chegada à universidade.

Toda a semelhança de Carter com Dunga, por sua firmeza, transparência e caráter, não é mera coincidência. Gosto de Carter por ser firme e íntegro. Gosto de Dunga pelo mesmo motivo.

Destaque para a cena do estudo no ginásio e também para aquela em que o filho de Carter, Damien, decide integrar o time da Escola Richmond, se comprometendo a ter uma média superior à mínima exigida dos demais alunos.

Já assisti a essa história mais de 30 vezes e volta e meia a compartilho com meus alunos e amigos.

Um filme primoroso, com a direção Thomas Carter (coincidência... rs).


Luz, câmera, SUPERAÇÃO!

O abraço do Claquete essa semana vai para Clair (meu pai, que adora os faroestes antigos), Teresinha (minha mãe, leitora do Claquete e estreante na internet), Be, Clau, Guto, Caetano, Fernando, Julia e Rafael (amigos e incentivadores).

Lisbela, eu sou...

"O amor é filme, eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama...

Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica...

Da felicidade, da dúvida, dor de barriga...

É drama, aventura, mentira, comédia romântica" (Cordel do Fogo Encantado).


Amigos do Claquete, saudações!


Começo o primeiro post desta semana especial (aniversariei no dia 27 de junho) com o trecho da música-tema do filme Lisbela e o Prisioneiro (2003), dirigido por Guel Arraes.


Muitas das pessoas que conheço têm ainda uma imagem negativa dos filmes nacionais. No entanto, essa é uma produção das mais divertidas de nosso cinema. Baseada na obra de Osman Lins, a trama é de uma leveza, e, ao mesmo tempo, de uma sensibilidade absurda.

A sonhadora Lisbela, interpretada pela versátil Débora Falabella, é uma aficcionada por cinema. Vive no mundo da lua sonhando com os galãs de Hollywood. Está noiva de Douglas, vivido por Bruno Garcia, que está impagável no filme como um pernambucano que, ao passar um mês no Rio de Janeiro, volta com aquele sotaque carioca de novela.


Tudo caminha bem para a romântica Lisbela, até que o trambiqueiro Leléu da Anunciação (Selton Mello) cruza o caminho dela. Metido em hilárias presepadas, ele vai de cidade em cidade fazendo as vezes de guru, show-man e amante latino (risos).

E apesar das inegáveis diferenças, Lisbela e Leléu apaixonam-se à primeira vista.


Mas para viver esse amor, os dois passam por muitos desafios: o rigoroso pai de Lisbela, chefe de polícia local; Douglas, o vaidoso noivo rejeitado. Inaura, ex-amante de Leléu e mulher de um perigoso assassino de aluguel, que chegou à cidade para caçar o pivô da traição...


Uma coisa é certa: o destino de Lisbela estava unido ao de Leléu por meio do amor pelos filmes. Amor pelo cinema, sentimento do qual eu partilho, no qual me perco, que me encanta e me alimenta. Daí minha identificação com a mocinha Lisbela.



O final, obviamente, vocês terão de assistir. Ao conhecer essa intrigante e maravilhosa história, vocês verão que o amor é filme... e, assim esperamos, com um final pra lá de feliz!


Quanto a mim, de certa forma, Lisbela eu sou...


A todos um ótimo filme, regado a amor, menta e pipoca! O abraço do Claquete Dez hoje vai para o Be (amigo, te amo!), Rafa, Clau e família, Davi, Andressa e Fernando (adoro vcs), sempre atentos aos posts do blog.


A realidade em "Adeus, Lênin": uma vida paralela


Luz, câmera... construção.


Olá cinéfilos de plantão... o Claquete hoje está reflexivo... risos.


Começo esse post com uma pergunta: como construímos a realidade? Essa questão me acompanha desde que me entendo por gente. Porém, tornou-se constante quando me formei em Jornalismo.


Os meios de comunicação nos ajudam a conhecer o mundo, o real, o concreto, certo? Em grande parte das vezes.

Diante das diferentes interpretações que um fato pode ter, pergunto: será possível "construir" uma realidade a partir do que já não existe ao nosso redor?

Esta é a tentativa do protagonista do filme-post de hoje, Alexsander, interpretado pelo talentoso ator alemão Daniel Brühl.


O filme Adeus, Lênin! , de Wolfgang Becker (2003), assisti em 2004, por ocasião em uma viagem à descomunal São Paulo. Narra a mudança ocorrida na Alemanha Oriental a partir da reunificação, com a queda do Muro de Berlim, em 1989.

Pouco antes da queda do muro de Berlim, a ex-professora Cristiane Kerner (vivida por Katrin Sass), é uma militante na Alemanha socialista (a Oriental), que entra em coma ao se deparar com o choque entre manifestantes e policiais nesse cenário turbulento de mudança.

Ela permanece desacordada por oito meses. Perde, com isso, a vitória do regime capitalista e a queda do muro que dividia as duas Alemanhas (a Ocidental capitalista da Oriental socialista, na qual ela vivia e era feliz). Quando ela "volta", tudo está diferente. É então que seu filho Alex, por querer poupá-la, passa a esconder dela os acontecimentos.
Quando ela deseja assistir às notícias na televisão para "se informar" ele precisa contar com a ajuda do amigo Denys, diretor de vídeos, para "moldar" a realidade de acordo com os sonhos e anseios da mãe socialista.

Nesse cenário, Alex também se transforma. Amadurece, apaixona-se e vê seu mundo mudar.
Constrói, por assim dizer, uma realidade "paralela", "alternativa" que vai ao encontro da expectativa de estabilidade da mãe, convicta de que o regime em que viveu e no qual sempre acreditou é o melhor. A realidade "outra".

Um filme sensível, inteligente, levemente cômico e que retrata de forma significativa a entrada do capitalismo na Alemanha Oriental.

É importante perceber, na trama, a despedida de ícones do socialismo (como a estátua de Lênin sendo retirada) e o surgimento de sinais capitalistas (como as antenas parabólicas, a Coca-Cola (r) e o Burger King, rede de fast-food).

Enfim, um filme imperdível! Em especial para minha turma da terceira fase, que hoje trabalhará com o filme em sala, considerando o que vimos sobre as teorias do Jornalismo.


Abraços a todos, em especial para o Be (te amo, amigo), Cláudia (mais nova futura doutora da área, PARABÉNS), Maitê, Fernando, Davi e Marli (amigos, "special people in the world").

O informante: os limites da ética



Olá amigos do Claquete Dez!

O filme do qual falo hoje é baseado em uma história real ocorrida no ano de 1994, em que um ex-cientista da indústria do tabaco deu uma entrevista polêmica ao programa jornalístico 60 Minutos, da rede americana CBS. Trata-se de O informante, The insider, no original, de Michael Mann.

Meus alunos do curso de Jornalismo, por terem estudado o gerenciamento de crises, estão preparando um trabalho sobre esse filme, indicado ao Oscar e vencedor de mais de 20 prêmios internacionais. O filme também se destaca pelas atuações brilhantes de Russell Crowe e do maravilhoso Al Pacino.
Complexa, longa e muito significativa, a produção é do ano 2000. Porém, está em plena consonância com a questão da ética nas organizações, em especial na indústria tabagista.

O informante narra o maior escândalo da história recente dos Estados Unidos, que custou à indústria do tabaco mais de U$$ 246 trilhões em indenizações em julgamentos em todo o país.
Na trama, uma grande empresa de cigarros, a Brown & Williamson, quer silenciar um ex-funcionário, o cientista Jeffrey Wigand, interpretado por Russel Crowe. Diante das ameaças que passa a sofrer, Wigand conta ao jornalista/produtor Lowell Bergman (Al Pacino) tudo o que sabe sobre os métodos utilizados para perpetuação do vício da nicotina. A empresa, então, vê-se cara a cara com a justiça norte-americana.

Um filme que nos faz pensar sobre a importância da ética e da responsabilidade nos negócios. Nos faz refletir, ainda, sobre o papel do Jornalismo e dos meios de comunicação no esclarecimento da sociedade.

Felizmente, a disseminação de notícias via internet, na atualidade, é uma forma de acompanharmos o trabalho das organizações, bem como as crises pelas quais passam e, acima de tudo, a resposta que dão à sociedade, medida de sua integridade.

Abraços a todos os amigos, em especial ao Be (te amo) e a todos os que acreditam que viver num mundo mais justo é possível.


Luz, câmera, tensão.

Trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=dgVBzSM3HWw&feature=player_embedded

A magia do cinema...


Saudações cinéfilas, amigos do Claquete dez!

Hoje vou falar de um filme que me marcou bastante. Um daqueles que pegamos com desconfiança na prateleira da locadora, e "pagamos a própria língua" devido à qualidade da história.
Quando se fala no ator Jim Carrey, as pessoas pensam (e eu assim pensava, claro) em uma comédia estilo pastelão, com direito a caretas, trapalhadas e situações estapafúrdias.
Entretanto, a meu ver, as melhores performances desse ator são em tramas dramáticas, como o Mundo de Andy, O show de Truman, 23 e o filme-post de hoje, Cine Majestic, um dos mais belos e significativos filmes que já vi.
Dirigido por Frank Darabolt (Um sonho de liberdade e À espera de um milagre, outros filmes que adoro), a trama se passa da década de 1950 e conta a história de Peter Apletton, um arrogante roteirista hollywodiano.
Por engano, Apletton se torna alvo do macarthismo, intenso movimento de luta anti-comunista. Acusado de seguir essa ideologia, o roteirista perde o emprego e, numa noite, sofre um sério acidente em que seu carro cai no rio. O que ocasiona a perda de sua memória.
Por conta da correnteza, Peter vai parar em uma pequena cidade do interior da Califórnia. Lá, é confundido com Luke Trimble, o filho do dono da sala de cinema local, que havia desaparecido na 2ª Guerra Mundial. Após assumir a identidade de Trimble, ele, por ironia do destino, revive seu amor pelo cinema, tendo, volta e meia, "lampejos" de sua vida em Hollywood.
Encontra, na noiva de Luke, o amor que jamais tivera em sua vida "pregressa".
Auxilia, então o "pai" Harry, interpretado pelo excelente Martin Landau, a reformar o Cine Majestic, preparando a bela sala para a reestreia.
Porém, as lembranças de sua verdadeira identidade começam a surgir, da mesma forma que seu amor por Adele só faz crescer.
É uma trama bonita, verossímil, ao mesmo tempo alegre e triste. Um filme sobre cinema que tira o fôlego do espectador e o emociona de diversos modos.
Assistam, pois vale a pena, e muito. Para os entusiastas e curiosos da sétima arte, como eu, é um prato cheio.

Até o próximo post. Abraços a todos, em especial para meus queridos amigos Northon (te amo), Clau e Guto (amigos e incentivadores dessa minha interface blogueira e pais do pequeno príncipe Cacá) e Davi (high tech friend).

Luz, câmera... emoção!

Unidos pela música




Saudações aos amigos e seguidores do Claquete dez!


O post de hoje tem a ver com família. Tem a ver também com o amor e suas diversas manifestações, dentre elas a música. O filme do qual falo hoje retrata a união entre três membros de uma família separados por uma mentira e que, mais tarde, têm na música uma forma de se encontrar.


Som do Coração (August Rush, 2007), dirigido por Kirsten Sheridan, é emocionante sem ser piegas. Comprei esse filme, confesso, sem levar muita fé, pois não gosto muito do Robin Williams, que atua no filme.
Mas como ele reúne duas de minhas grandes paixões (cinema e música), resolvi trazê-lo para casa. Assisti e gostei. Gostei demais.
Para quem gosta de uma boa história, recomendo.


Evan Taylor/August Rush (Freddie Highmore) é um garoto de 12 anos que vive em um orfanato. Embora viva solitário e sem muita possibilidade de ser adotado, Evan acredita piamente que encontrará seus pais.


Ele é resultado de um amor à primeira vista entre um guitarrista, Louis, e uma violoncelista clássica, Lyla. Ela, após dar o filho à luz, é enganada pelo pai, que diz que seu filho havia morrido.


No leito de morte, entretanto, o pai de Lyla, arrependido, confessa a ela que o menino está vivo, e a musicista parte em uma busca desenfreada pelo filho.


Evan herdou o talento musical dos pais. O mais incrível é que ele consegue perceber música nos sons da cidade (buzinas, carros passando, apitos, vozes), nas pessoas e nas paisagens. Em tudo, enfim.


Por sua vez, Evan também parte do orfanato em busca dos pais. Dotado de um dom musical fenomenal, ele passa a se apresentar nas ruas de Nova York ao lado de Wizard (Robin Williams), que, de suposto herói, converte-se em antagonista . Assumindo o nome de August Rush, Evan passa a usar seu dom para reencontrar os pais.


Louis, o pai, volta à cidade. E conhece, sem saber, o filho que ele jamais imaginou ter tido com Lyla, a quem jamais esqueceu.


O final? Não vou contar, assista... aqui, a dimensão não-verbal fala por si, sendo condutora de Louis, Lyla e Evan na direção um do outro. A música, aliada a essa bela história, nos leva a pensar no valor inestimável daqueles que amamos.


Bom filme! Voltem sempre ao Claquete dez.

O fabuloso destino...


Olá amigos do Claquete dez...

Há um ditado que diz que a beleza da vida está nas coisas mais singelas. Se pararmos para pensar, cada um de nós tem seu tesouro particular. Um momento, um perfume, um sorriso, uma pessoa, um lugar, uma época...
O filme-dica desta semana nos faz refletir sobre tudo isso... O fabuloso destino de Amelie Poulain, de Jean-Pierre Jenet.
O filme conta a história da jovem e solitária Amelie, interpretada por uma ainda pouco famosa Audrey Tatou (de "O código da Vinci"). Após sair da casa do pai, ela se muda para o bairro parisiense de Montmatre, onde passa a trabalhar como garçonete. Um dia, encontra em uma abertura da parede do banheiro uma caixa repleta de recordações. Promove, então, uma busca incansável pelo dono daquele verdadeiro tesouro, o qual muito se emociona ao reencontrar suas lembranças dispostas na caixa.
É um belo filme e uma história que nos faz pensar sobre o que realmente interessa nessa vida: amigos, amores e o que fazemos de bom.
Bom filme!

Começando minha trajetória de blogueira...


Saudações a todos os visitantes do Claquete dez.
O nome de meu blog diz tudo: sou apaixonada por filmes, em especial por aqueles que deixam na gente um anseio pela continuação, e a ideia de que ganhamos muito nas duas horas que ficamos em frente à telinha (ou à tela do cinema, adoro)!
Uma boa história faz a gente viajar. Essa é para mim a definição de um bom filme.
Aprendi a gostar de filmes com meu pai, com quem assistia aos faroestes estrelados por John Waine, Kirk Douglas e o italiano Giuliano Gemma.
São bem-vindos aqueles que, como eu, gostam de cinema. Não sou uma estudiosa da sétima arte, apenas uma curiosa.
Dica da semana: O Quarto Poder, de Costa-Gavras, de 2000 é um filme eminentemente jornalístico, que nos faz refletir sobre a repercussão do que é veiculado na mídia. Como jornalista e professora do curso no qual me formei, não posso deixar de falar nessa história, estrelada por Dustin Hoffmann, Alan Alda e John Travolta.

Luz, câmera, AÇÃO!

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