Jornalismo, verdade e o ônus de quem a desafia




Saudações, amigos do Claquete Dez... Estamos de volta, após um curto período de pausa. Hoje, me ocorreu falar sobre a responsabilidade do jornalista.


Ser jornalista é relatar os fatos, tendo sempre como princípio falar a verdade, destacando o que realmente aconteceu. Ouvir os dois lados de uma questão, ser correto e ético são prerrogativas essenciais ao exercício dessa profissão.


Assim, tudo o que é divulgado no rádio ou telejornal a que assistimos, no jornal ou revista que lemos e no portal de notícias que acessamos, deve ser o relato de algo real, verídico.


É justamente desse princípio que o protagonista de nosso filme-post de hoje tenta se valer para escrever para a revista em que atua.



Estou falando da trama de O preço de uma verdade (Shattered Glass, no original, de 2003), dirigido por Billy Ray e estrelado pelo talentoso e versátil Hayden Christensen (que interpreta Anakin/Dart Vader jovem em "Star Wars: a vingança dos Sith").


Baseado em uma chocante história real, o filme fala da vida de Stephen Glass, jovem e bem-sucedido jornalista. Glass, ao que parece, tem um talento especial para relatar acontecimentos, em especial os polêmicos. Suas matérias fazem sucesso nas páginas da revista The New Republic.


Bonito, persuasivo e inteligente, tem um verdadeiro fã-clube na redação, encabeçado por Caitlin (Chlöe Sevigny, excelente no papel). Entretanto, o que ninguém sabe, a princípio, é que Glass faz algo inimaginável. E, a seu turno, também inadmissível.


Tudo vai bem, até o momento em que, com a demissão do editor-chefe, assume o cargo o experiente Charles Lane (Peter Sasgaard, em impecável atuação).



Na revista concorrente, a Forbes, Adam Penenberg (vivido pelo excelente Steve Zahn, que, a meu ver, junto a Sasgaard, é a melhor atuação desta trama), está chateado por não ter coberto (ou, na terminologia jornalística, ter levado um "furo") um evento citado por Stephen Glass, que fizera uma excelente matéria sobre a convenção de "nerds" bastante polêmica.



Como bom comunicador, Adam vai em busca de novas informações sobre o caso citado na matéria do colega-concorrente. Ao confrontar informações para dar campo à questão, se depara com uma verdade aterradora: as informações citadas por Glass não batem, os telefones fornecidos não atendem e os lugares mencionados parecem inexistir.


Lane, o editor da The New Republic, começa a desconfiar de seu promissor repórter, e decide ir in loco conferir o que ele relata, levando-o consigo.


Ética, realidade, polêmica, vendagem e verdade são as palavras-chave dessa história mais do que intrigante. É um filme que, do início ao fim, nos "cola" no sofá.



O final, surpreendente, vocês precisam conferir. Para meus estimados futuros jornalistas (atenção), é referência cinematográfica obrigatória.



Nosso abraço "claquético" (rs) dessa semana vai para minha querida "ex-futura" turma da quarta fase de Jornalismo, além dos amigos e seguidores do Claquete, Be, Fernando, J. Colin, Cláudia e família e Andressa.





Luz, câmera... COMUNICAÇÃO!






Dando um "pé" nos padrões


Conto de fadas que se preze tem, obrigatoriamente: um vilão horrendo, um príncipe bonitão, forte e gentil e uma princesa perfeita com pele de pêssego (ou, como diriam meus afilhados Cláudia e Guto, uma “princesa linda rica rosa do Peloponeso”), certo?

ERRADO!

Em cartaz no Claquete dez hoje, um desenho. É um dos meus favoritos justamente porque manda pelos ares todos esses estereótipos: Shrek, da Dreamworks. Nesta tetralogia (está certo?) o príncipe é um belo canalha, a princesa é linda, mas vira, digamos, uma bela “abóbora” com o pôr-do-sol.
E o herói... Ah, o herói é nada mais nada menos do que um ogro, monstro gente boa e descolado que detona todos os padrões de beleza e de comportamento politicamente correto que conhecemos.
Subvertendo o pré-estabelecido, Shrek vive no pântano de “Tão, tão distante”, sendo temido por todos. Até um dia em que é procurado por diversas personagens de contos de fada (o lobo mau vestido de vovó é impagável). Todas pedem sua ajuda para vencer o príncipe local, mau caráter de carteirinha que deseja expulsá-los do lugar.

Shrek parte, levando consigo um burro falante e um hispânico Gato de botas, malandro agulha e canastrão. No meio de toda essa panaceia, apaixona-se pela belíssima princesa Fiona, a qual o príncipe baixinho, mas gigante na maldade, deseja desposar para se tornar rei, sem saber que ela é portadora de uma terrível maldição.

Combatendo bandidos engomadinhos, fadas madrinhas malvadas e taberneiras de bigode, Shrek vira gente, volta a ser ogro, vira herói, cruza caminhos, faz fiascos e nos diverte a valer. Nota para a maravilhosa trilha sonora, que conta com a dançante Accidentally in Love, do Counting Crows.

Os quatro volumes parecem infantis e bobos, mas trazem consigo uma mensagem poderosa: a de que cada um tem o seu valor, e que não se deve julgar os outros somente pela aparência. Embora essa, no mundo em que vivemos, seja importante, não é tudo, definitivamente.

Clau, obrigada pela ideia! Além da Clau e família, o abraço do Claquete de hoje vai para os amigos e seguidores Be, Fernando, Andressa, Paty, Juliana, Julia e Guilherme;).

Se a vida fosse uma música...


Saudações, amigos e seguidores do Claquete Dez!

Há quem diga que a cada bom momento de nossas vidas, corresponde uma trilha sonora. Se a nossa vida fosse uma música, esta tocaria para sempre nos corações de quem amamos.

No caso do protagonista do filme-post de hoje, a música (e o mar) é a razão de viver. Estou falando de A lenda do pianista do mar (La leggenda del pianista del mare). A trama, de Giuseppe Tornatore, é de 1999, mas, ao mesmo tempo, é eterna.


Assisti a esse filme há muito tempo, mas a todos com quem converso sobre cinema o menciono. É uma das mais belas histórias que já tive oportunidade de conhecer.
O boa-praça Danny Boodmann (interpretado por Bill Nunn), é responsável pelo compartimento de carvão do Virginian, um luxuoso transatlântico. Na noite do revéillon de 1900, Danny encontra um bebê abandonado em uma cabine de primeira classe. Sensibilizado, decide criar o garoto escondido nos porões do navio. O batiza de Danny Boodmann T.D. Lemon Mil Novecentos, mas, com o tempo, o menino fica conhecido apenas como 1900.

1900 cresce saudável e feliz. Aos poucos, habitua-se às intempéries, à inconstância e à beleza do mar, que exerce sobre ele um encanto sem igual. No navio, 1900 tem momentos ternos e alegres, mas também vivencia perdas e dores.
Ao longo do filme, o protagonista, na fase adulta interpretado por Tim Roth (da série Lie to me, que adoro!) nos encanta por sua sensibilidade e inteligência.

30 anos se passam. O inesperado talento que 1900 manifesta ao piano chama a atenção de um grande nome do jazz, Jelly Roll Morton (que foi chamado de o pai do jazz). O músico sobe a bordo do Virginian com o objetivo de desafiar 1900 em um duelo musical.

Indiferente ao seu talento e à comoção que causa ao tocar para mais de duas mil pessoas no transatlântico, 1900 é aficcionado pelos mistérios do oceano. O navio é sua casa, sua proteção, seu mundo. A música e o mar são parte integrante de sua alma.


A apresentação é gravada e levada para a “cidade grande”. Lá, um velho trompetista, Max, perturba-se ao ouvir o som produzido por 1900 ao piano e decide, de algum modo, encontrá-lo.

A sorte de 1900 está prestes a mudar quando, após muitos anos no mar, o transatlântico Virginian será implodido.

O que será dele? Se tornará um artista famoso? Ou será para sempre um sonhador, que apesar de seu enorme talento, decide viver próximo ao mundo em que nasceu e do qual jamais saiu?

Assistam ao filme... certamente, conhecer essa história será uma boa experiência, quem sabe, algo inesquecível. Assim como o é, para mim, essa trama de Tornatore.

Abraços cinéfilos e especiais ao Be (obrigada por tudo), à querida família de Cláudia, Caetano e Guto e aos amigos, que, como eu, apreciam boas histórias: Davi, Julia e Fernando.

Das quadras para a vida


Olá, amigos do Claquete Dez... saudações cinematográficas!!

Nesta semana de "farol baixo" após a volta da seleção para casa, escolhi um filme que deixa no ar uma pergunta: o que é liderar?

Desde sempre, a humanidade busca um sentido para esse termo. Ser líder, a meu ver, é deixar uma lição para as pessoas com quem se convive. No caso de um professor ou treinador, liderar é fazer do próprio comportamento o maior exemplo da conduta que deseja que seus alunos ou jogadores tenham.

Essa é , digamos, a moral da história de nosso filme-post de hoje, Coach Carter: treino para a vida.

Em tempos de fim do sonho do hexa na Copa do Mundo, a película é mais do que nunca inspiradora. Produzido pela MTV Films, dos EUA, o filme, de 2005, conta a história real de Ken Carter, vivido pelo mestre Samuel L. Jackson.

Agora dono de uma loja de artigos esportivos, Carter vive em Richmond, Califórnia. Um lugar em que a esperança é abafada pela criminalidade e a falta de perspectiva.
Nesse local, em que boa parte dos pais de família está morto ou na cadeia, Carter aceita o (imenso) desafio de ser o treinador da equipe de basquete da escola em que se formou e atingiu recordes como jogador.

De personalidade forte e consciente da importância de seu trabalho, o treinador chega para iniciar sua “luta”. Propõe a seus atletas um contrato: para continuar no time, cada jogador precisa frequentar as aulas e ter boas notas em todas as disciplinas.

O que ele encontrou não poderia ser pior: jovens desmotivados, rebeldes, inseguros e grosseiros. De Jason Lion, que não aceita ser chamado de senhor (pois é assim, de maneira formal, mas respeitosa, que Carter os trata e exige ser tratado), a Timo Cruz, jovem descendente de mexicanos que não admite ser contestado, o antigo recordista de Richmond tem um árduo trabalho pela frente. Fora a direção da escola e os pais dos alunos, que, na realidade, estavam “conformados” com o que o “destino” reservara: uma vida pobre e sem perspectivas para aqueles garotos.

Uma caminhada em que, ensinando basquete de modo sério e ao mesmo tempo divertido, Carter vai mesclar, à sua disciplina espartana (manifestada na fala: “o treino começa às três. Às duas e cinquenta e cinco, vocês já estarão atrasados”) uma generosidade e senso de justiça maiores do que ele (quando diz: “se vocês trabalharem e se dedicarem aos estudos, vão vencer. No basquete e na vida”).

O grande dilema, nessa história, ocorre quando Carter, mesmo com os bons resultados que seu time conquista nas quadras, fecha o ginásio e para os treinos. Isso porque as notas dos meninos (parte essencial do contrato feito com eles no primeiro dia) estavam ainda muito baixas.

O fato atrai a atenção da imprensa e da comunidade, que reprova o treinador pela atitude.

Os resultados? Confiram no filme. Bela produção que, em dois dias, arrecadou 24 milhões de dólares em bilheteria.

Liderar, por vezes, é “estagiar” na impopularidade. É desagradar a vontade momentânea (no caso do filme, o basquete) em nome de um objetivo maior. Na trama, o futuro dos jovens e sua chegada à universidade.

Toda a semelhança de Carter com Dunga, por sua firmeza, transparência e caráter, não é mera coincidência. Gosto de Carter por ser firme e íntegro. Gosto de Dunga pelo mesmo motivo.

Destaque para a cena do estudo no ginásio e também para aquela em que o filho de Carter, Damien, decide integrar o time da Escola Richmond, se comprometendo a ter uma média superior à mínima exigida dos demais alunos.

Já assisti a essa história mais de 30 vezes e volta e meia a compartilho com meus alunos e amigos.

Um filme primoroso, com a direção Thomas Carter (coincidência... rs).


Luz, câmera, SUPERAÇÃO!

O abraço do Claquete essa semana vai para Clair (meu pai, que adora os faroestes antigos), Teresinha (minha mãe, leitora do Claquete e estreante na internet), Be, Clau, Guto, Caetano, Fernando, Julia e Rafael (amigos e incentivadores).