"É melhor ser alegre que ser triste": a busca do equilíbrio em Comer, rezar e amar

Até onde temos de ir para encontrar a nós mesmos?

Foi essa a pergunta que eu tinha em mente ao ir assistir ao (a mim, surpreendente) Comer, rezar e amar (Eat, pray, love, 2010). Dirigido por Ryan Murphy, foi originado a partir do livro homônimo da norte-americana Elizabeth Gilbert.
Confesso que, ao entrar no cinema, fui mais pela empolgação de minha mãe, super fã da Julia Roberts, que interpreta de forma excelente a autora, Liz.

O filme fala da experiência pessoal de Liz Gilbert, uma mulher bem casada e próspera na profissão. Numa noite, entretanto, ela se sente assolada por um vazio interior, que a leva a sair da zona de conforto em que vivia em nome daquilo que, sob diferentes nomes e motivos, buscamos: a felicidade.

Seis meses antes, Liz visitara Bali, onde um velho xamã descreveu a busca que, ali na frente, ela iria começar. Em três países, ela começa sua peregrinação entre a alegria e a autocensura, entre a despreocupação e as angústias que volta e meia acometem qualquer ser humano.

Sua jornada em busca de si mesma, de Deus e da felicidade tem início com o divórcio, um novo romance e a partida para a Itália.
Lá, aprende a COMER sem culpa, na companhia dos amigos, apreciando a cultura, as cenas do cotidiano, e, evidentemente, a arte de alimentar-se com mais prazer e menos remorso.

Para ela, entretanto, ainda é necessário trabalhar a espiritualidade. É então que, em meio à efervecência e à generosa receptividade italiana, Liz parte em favor do REZAR. Na Índia, dentre pessoas em voto de silêncio e a angústia de se sentir distante de tudo, Liz busca aquietar a mente e a alma.

Nessa jornada, o velho Richard apresenta-se a ela como um amigo controverso. Ora pai, ora persona non grata, ele é contundente (e assim mesmo, sábio) ao discutir com ela verdades que (invariavelmente) são difíceis de ouvir a respeito da gente mesmo.

Como diz o velho ditado, o melhor é sairmos da festa quando ela está em seu auge. E é isso que Liz faz ao retornar a Bali para, de certo modo, "fechar o ciclo" que a levou a essa peregrinação em busca de si própria.

O belíssimo "Samba da Bênção" (do qual tomei emprestado o título deste post) dá o tom à passagem de Liz pela Indonésia. É lá que, de forma inusitada, ela conhece o brasileiro Felipe (Jávier Barden), cujo sotaque, estranhíssimo, em nada é parecido com nenhum dos jeitos brazucas de falar.

Lá, o AMAR que ela tanto buscou pode procurá-la. Mas essa já é uma história a ser conferida por você, amigo (a) do Claquete Dez.
Adianto que as paisagens são lindas, há cenas maravilhosas, algumas pitorescas, outras tristes, outras totalmente verossímeis.

Um filme que, confesso, julguei mal, achando ser a repetição do modelo happy end de Hollywood.

Para alguns, um filme feminista. Para mim, uma história eminentemente HUMANA.

O abraço vai para todas as mulheres que seguem o Claquete, em especial minha mãe, Teresinha, e minhas amigas Clau, Maga, Líz e Maite.
Segue o link para o trailer do filme:

Luz, câmera, INSPIRAÇÃO...