Quando o amor vence a passagem do tempo: Cartas para Julieta


Saudações cinéfilas...

Amigo seguidor, o filme-post de hoje está longe de ser mais uma produção água-com-açúcar de Hollywood. Fala do amor e da importância dele, a qualquer tempo, em nossas vidas.
Durante minha semana de férias em Curitiba, assisti ao belíssimo Cartas para Julieta (Letters to Juliet, 2010). Dirigido por Gary Winick, traz, no elenco, jovens e promissores atores, como Gael Gárcia Bernal e Amanda Seyfried, e os consagradíssimos atores Vanessa Redgrave e Franco Nero.

A jovem jornalista Sophie (Seyfried, que acho extremamente expressiva), é responsável por procurar pessoas para a realização de entrevistas. Encontrar celebridades do passado, escritores misóginos e personalidades que não curtem mais as luzes da ribalta, é a especialidade dela, que está noiva do chef de cozinha Victor (Bernal, maravilhoso). Ambos decidem, juntos, ir a Verona, na Itália, palco do romance Romeu e Julieta, de Shakespeare.

Porém, Victor parece mais interessado em buscar fornecedores para o restaurante que está inaugurando do que em fazer uma viagem romântica com Sophie. Assim, enquanto ele visita vinicultores e produtores de queijos e pães caros, Sophie se determina a conhecer a cidade.
E é justamente aí que a história começa. Em suas andanças, ela descobre um grupo de mulheres que se dispõe a, diariamente, responder às cartas endereçadas a Julieta Capuleto. Nelas, o amor, os encontros e desencontros, são temas constantes.

Num desses dias, por acaso (ou por força do destino, pra quem acredita), Sophie encontra uma carta datada da década de 1950, assinada por uma jovem inglesa chamada Claire. Nela, ela relata a Julieta o porquê deixara seu amado Lorenzo esperando por ela, tendo, por medo da reação dos pais, voltado a Londres.
Emocionada com o relato, Sophie responde à carta de Claire.

Victor, enquanto isso, segue em sua saga de leilões e visitas aos fornecedores.
O que Sophie ainda não sabe é que a resposta escrita por ela mudará não somente a vida da agora senhora Claire (interpretada magistralmente por Vanessa Redgrave), como, irremediavelmente, a sua.
Acompanhada do neto Charlie (Christopher Egan), que de início se mostra defensivo e grosseiro, Claire, viúva há alguns anos, vem em busca de Lorenzo.
Exercitando a sua especialidade, buscar pessoas onde quer que elas estejam, Sophie vai com Claire e Charlie, à procura do grande amor da juventude da amiga.

Juntos, trilham um caminho em que, por força do amor, o tempo regride e os sonhos renascem. Ao mesmo tempo, certas coisas mudam irremediavelmente.
Recomendo aos leitores que não deixem de assistir por acharem que se trata de um filme "para garotas". É, tanto pela paisagem quanto pela leveza da história, simplesmente imperdível.
E o "gran finale"? Você vai ter de conferir...

O abraço do Claquete Dez hoje vai para todos que visitam e seguem o blog, em especial para Andressa, Sabrina, Líz, Laura e Cláudia. Nesse post, saúdo especialmente o Be (obrigada por me apresentar a essa história!) e Fernando, meu fiel interlocutor nas discussões sobre filmes... valeu!

Luz, câmera, EMOÇÃO!

Uma história imperdível, um herói improvável: a quebra de preconceitos em "Quem quer ser um milionário"?


Você vai conhecer uma história e tanto...
Absurdamente real, dramática e chocante. Trama em que, em contrapartida, algo pra lá de inesperado acontece.
Essa foi a minha conclusão, caro seguidor do Claquete Dez, ao assistir ao filme-post de hoje, nosso primeiro comentário de 2011.

Ganhador de oito Oscars, dentre eles o de melhor filme estrangeiro, Quem quer ser um milionário? (Slumdog millionaire, 2008-2009), foi uma das tramas mais contundentes, sensíveis e emocionantes que já tive a oportunidade de ver.

Por ter me marcado de diversas maneiras, não poderia deixar de dividir minhas impressões com os amigos deste blog.

Dirigido pelo criativo Danny Boyle (que também foi agraciado com a estatueta de melhor diretor), é uma produção indiana, da qual participam atores até então desconhecidos e outros já famosos em Bollywood.

Na Índia marcada pela grande disparidade social, dentre muita pobreza e opulência de poucos, conhecemos a história de Jamal, que trabalha servindo café em um Call Center. Contrariando a todas as expectativas e estereótipos, o jovem se inscreve para participar de um famoso programa, no estilo "Show do Milhão", no qual doutores e demais pessoas letradas jamais chegaram ao grande prêmio, estimado em um milhão de rúpias, a moeda indiana.

A partir da primeira pergunta, entramos no mundo íntimo do sofrido Jamal, um jovem com experiência de ancião.

A pergunta que fica em nossa mente, assim como a do delegado local e do famoso apresentador do programa, que assistira à derrota de cultos participantes, é a seguinte. Como um garoto sem estudo e aparentemente sem experiência como Jamal ousara participar de um desafio tão grande?

O que acontece faz nosso queixo cair, desafiando e desconstruindo nossos pré-conceitos. A cada questão, é como se cada um de nós fosse capaz de visitar as (em sua maioria, dolorosas) lembranças do jovem Jamal que, ao lado do controvertido irmão Salim, passa a viver nas ruas de Mumbai após o brutal assassinato de sua mãe. Os símbolos, a emoção sentida e as lições aprendidas por Jamal são partilhadas com o espectador, fazendo com que nos sintamos parte da história.

A cada pergunta e resposta correta, tomamos ciência da exploração, dos árduos sofrimentos e sobretudo, da grandiosidade do caráter de Jamal. Conhecemos, também, aquela que para ele, tem valor inestimável. O que, na vida de cada um de nós, é o que há de mais caro e incalculável: o AMOR. Para Jamal, este atende pelo nome de Latika.

Separados pelas circunstâncias, ainda na infância, Jamal e Latika, ao que parece, estavam destinados a se reencontrar. Entretanto, a vida parece querer vê-los separados... Por seu amor, ele venceu medos, dúvidas e limites. Para Jamal, essa separação representa dor e, ao mesmo tempo, a resposta certa à questão feita em uma das etapas do jogo.

Torturado sob a suspeita de haver trapaceado, nosso protagonista tem sua honestidade colocada em xeque, pela polícia e pelo apresentador do programa.

Quem seria, amigo seguidor do Claquete, esse rapaz? Por meio de lembranças tristes, de pobreza, violência, inocência, traição (representada pelo irmão, Salim) e amor, foi possível a Jamal vencer, no programa e no amor?

Ao longo do filme, triste e emocionante, ao mesmo tempo violento e sutil, eu falava com a TV, torcia e tentava responder às perguntas feitas a Jamal. A cada acerto, vibrava. Quem assistir, saberá. Vai chorar, vai se revoltar, vai torcer e vai sorrir. Vai se chocar e se desafiar. E jamais vai se esquecer desse maravilhoso filme.

Vale destacar a excelente "Jai Ho", música vencedora de mais um dos oito Oscars destinados ao filme. A dança do elenco ao som dessa linda música é de arrepiar, verdadeiramente emocionante.

Esse filme me marcou de forma muito positiva, pela visão da dura realidade da Índia, aliada à sutileza das relações humanas e à busca de Jamal pela própria felicidade.

Seguem abaixo dois links interessantes...

Site oficial - http://www.quemquerserummilionario.com.br/
Jai Ho - http://www.youtube.com/watch?v=UHIdyWABR0s&feature=related

O abraço do Claquete Dez, hoje, vai para meus queridos Be (hasta la vista, amigo!), Clau e família, meu pai (que gosta tanto cinema quanto eu), Fernando (a quem eu garanti que escreveria esse post), Líz, Jhonny e Laura, seguidores fiéis deste singelo espaço na blogosfera.

Luz, câmera, ADMIRAÇÃO!