O chegada do som ao cinema: tema do primeiro post da parceria Claquete-Gigantes do Rock


Saudações, amigos do Claquete dez!
Quem pode, hoje em dia, imaginar um filme sem uma boa trilha sonora? Impossível, não é?!

Luz, câmera, INSPIRAÇÃO!!


O som chega ao cinema através de uma produção musical... oscarizada!


A trilha, por vezes, é o que dá o tom à narrativa. Mexe com nossas emoções, faz rir, chorar, torcer pelo protagonista e recordar os melhores momentos mesmo quando, há muito, os créditos subiram...
Pois é justamente sobre essa questão que o blog traz uma novidade que vai agradar em cheio aos seguidores: a parceria com o Gigantes de Rock. Em comum entre mim e os queridos amigos Félix e Rafaela, que atuam no programa de rádio e blog que compõem o projeto Gigantes do Rock, está a paixão pelo cinema e pela boa música.
Vamos conhecer, amigos, a história da primeira música de cinema a receber um Oscar: o tema de "O cantor de jazz", estrelado em 1927 pelo grande Al Jonson (foto).

Al Jonson em "O Cantor de Jazz"

  
Em 1998, o American Film Institute reconheceu, definitivamente, o filme "O Cantor de Jazz" como uma das maiores obras-primas do cinema norte-americano de todos os tempos.

A maior contribuição desse trabalho para a história do cinema foi o advento do som sincronizado com a imagem (antes disso o cinema era mudo, frases eram projetadas na tela e alguns músicos - em especial pianistas - davam um fundo sonoro de acordo com a movimentação da cena).

É a história de um jovem judeu que sai de casa e se torna um cantor de sucesso, desafiando a própria família. Com a morte do pai, o artista abandona a brilhante carreira e retorna à sinagoga, cantando em cerimônias religiosas.

Lançado em 1927, para a realização dessa obra foi escolhido o cantor Al Jolson, vindo do Vaudeville (teatro de revista) e com uma carreira consolidada. Mas a sua consagração só veio após o lançamento do filme, por isso é impossível dissociar a imagem do ator Al Jolson  de "O Cantor de Jazz", já que esse foi o primeiro filme da história do cinema com uma trilha sonora oscarizada. 



Atente para o sincronismo da música com os movimentos labiais do cantor. Essa foi a grande revolução tecnológica da época.



"O Cantor de Jazz" revolucionou o cinema, mas também causou um efeito colateral danoso à indústria cinematográfica. Grandes atores e atrizes, de sucesso reconhecido, perderam o mercado de trabalho. Ou por não terem vozes "sonoras", ou por pura inadaptação ao novo sistema proposto (se mostraram verdadeiros canastrões, porque o que antes era apenas movimentação labial, se tornou arte dramática). Gene Kelly, no filme "Cantando na Chuva", mostra de maneira perfeita o período dessa transição do cinema mudo para o falado. 


Essa cena mostra exatamente os problemas decorrentes da chegada do som ao cinema. 


Os pianistas, saxofonistas, violonistas que sonorizavam os filmes também perderam seus empregos. Miríades de músicos animadores de salas de cinema vagavam desempregados pelas ruas dos Estados Unidos.

De "O Cantor de Jazz" para adiante, o cinema nunca mais foi o mesmo.  Agora, a trilha musical de um filme passava a ser preponderante. Um novo mercado surge com compositores, maestros, arranjadores, orquestras e músicos que iriam transformar para sempre a simbiose música e imagem que perdura até hoje. 



Ficha Técnica


Diretor: Alan Crosland
Elenco: Al Jolson, May McAvoy, Warner Oland, Eugénie Besserer, William Demarest, Otto Lederer, Cantor Josef Rosenblatt, Bobby Gordon.
Roteiro: Alfred A. Cohn, Jack Jarmuth
Fotografia: Hal Mohr
Trilha Sonora: Louis Silvers
Duração: 89 min.
Ano: 1927
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Preto e Branco
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Warner Bros.