Sonhar é preciso: a riqueza do Natal em O milagre da Rua 34


"Jingle bell, jingle all the way"... olá amigos do Claquete Dez...

Desde criança, o Natal sempre exerceu sobre mim um fascínio muito grande. Sou simplesmente apaixonada por tudo o que se refere à data.

Isso não somente pelo (enorme) significado, o nascimento de Cristo, mas também pelo clima de finalização e integração que a época traz consigo. Tempo de esperança e de renovação, apesar da mercantilização da data.

O filme-post de hoje traduz minha paixão e, em plena véspera de Natal, a divido com você, seguidor do Claquete Dez.

O milagre da rua 34 é um filme de 1947, mas sua versão mais conhecida é o remake, de 1994. Dirigido por Les Mayfield, o filme fala do quanto, na vida, é preciso renovar as esperanças e pensar de modo positivo. De que os sonhos não têm idade e de que buscá-los é condição indispensável à vida.

Tendo ouvido da mãe que o Papai Noel não existe, a pequena Susan já não almeja muita coisa para o Natal.

O que ela não sabia, porém, é que, para se tornar realidade, os sonhos precisam que apostemos neles. Que os vejamos concretizados em nossa mente e coração antes de qualquer coisa.

Susan dá-se conta dessa verdade ao conhecer Kim. Um Papai Noel contratado por uma loja de departamentos da qual a mãe de Susan é a gerente. O que Susan (e nós) descobrimos é que ele tem, consigo, algo muito especial.

O que está em jogo, aqui, não é o que o dinheiro pode comprar no Natal, mas a capacidade de sonhar. Não somente a pequena Susan é presenteada, mas todos que apreciam essa linda história, como algo vital. Ter algo em que acreditar e, em razão disso, superar limitações e jamais deixar de sonhar, apesar das frustrações e dores que fazem parte da vida.

Um filme para assistir não só na época de Natal, mas sempre que necessário para nos motivar e renovar esperanças.

Adoro a atriz mirim que interpreta Susan, a mesma que protagonizou "Matilda".

Por meio desse post, desejo a todos um Feliz Natal, repleto de amor e de paz. Em especial ao meu amado amigo-irmão Northon (Be), que ama o Natal tanto quanto eu. Esse post é todo seu!

Também os abraços cláqueticos de hoje vão para Clau e família, Fernando, minha família, Laura, Líz, Márcia, Jhonny e Vanessa.

O Brasil de 70 sob um olhar inocente: O ano em que meus pais saíram de férias


Olá amigos do Claquete Dez...

Hoje, vou falar de um filme que assisti há cerca de quatro anos e que me marcou pelo forte conteúdo crítico que carrega.

A trama se passa em São Paulo, na década de 1970. A efervecência da Copa do Mundo, com fenômenos como Rivellino e Pelé em campo. Primeiro mundial de futebol a ser transmitido em cores (obrigada, Clau , http://www.futeboldesaias.blogspot.com/), diretamente do México.

Época do auge da Ditadura Militar, governo Médici, pós AI-5 (de 68).

É esse o cenário em que se desenrola a trama do filme-post de hoje, O ano em que meus pais saíram de férias, de 2006. Dirigido por Cao Hamburger, o filme retrata os acontecimentos dessa época emblemática pelo olhar de Mauro, um garoto de 12 anos (Michel Joelsas).

Filho de militantes, Mauro fica sob os cuidados do avô por ocasião de uma viagem de seus pais. Questionada pelo filho, a mãe dele, Bia (Simone Spoladore) diz estar saindo para férias com o esposo Daniel. Os dois, na realidade, intentam sair do país para o exílio.

Enquanto isso, Mauro, que parece não ter a real noção do que está ocorrendo, dada sua inocência de criança, vê as coisas mudarem assim que seu avô (interpretado pelo saudoso Paulo Autran) falece. No bairro de Bom Retiro (famoso, em Sampa, por acolher, no passado, os imigrantes estrangeiros e os migrantes nordestinos), o garoto passa a viver sob a tutela de Shlomo (Germano Haiut, maravilhoso no papel).

Chamado de Moshle (Moisés) pelo judeu Shlomo, Mauro passa a perceber, ora angustiado, ora entusiasmado, o que está ao seu redor. É uma visão infantil, porém não alienada, do que o país está vivendo naquele momento. Ora ele se ocupa em se arrumar "a la Seleção Canarinho" para torcer pelo Brasil. Ora vai para a rua jogar, como qualquer menino de sua idade. Em alguns momentos, chora de saudades dos pais. Em outros, se aborrece com as rabugices e as repreensões de Shlomo, que, embora rígido, manifesta carinho por seu "Moshle". Até o momento em que Bia volta para reaver seu filho. De Daniel, o pai, ninguém mais soube.

É, seguramente, amigo seguidor do Claquete Dez, um dos retratos mais impressionantes da complexidade da década de 70. Uma mescla de inocência e sabedoria. De desencontros e reencontros. De perdas e ganhos. Uma visão contundente do real sentimento de NAÇÃO, na dor e na alegria.

A trilha sonora também é muito boa. Destaque para o samba "Balança pema", maravilhoso na voz de Jorge Ben (que era Ben, agora é Benjor), e que sempre ouvi na voz da (diva) Marisa Monte.

O abração do Claquete, nesta semana vai para a Clau, que muito me ensina. Amiga, esse post é seu.

Mais abraços claquéticos ao Be (amo!), Cris, Jhonny, Líz, Laura e Fernando.
Luz, câmera, NAÇÃO!

O primeiro poder: o Jornalismo na berlinda em "O quarto poder"

Olá amigos do Claquete Dez!


As notícias são sempre tomadas como um discurso de verdade. Se um meio de comunicação, em especial a TV, está transmitindo algo, é hora de ver, pois está de fato acontecendo. A verdade.

Essa é a tônica do Jornalismo, ciência a qual abracei há alguns anos, e que tem, como missão, informar e divulgar fatos. Mas é justamente esse o princípio colocado em cheque no filme-post de hoje. O quarto poder (Mad City), dirigido por Costa-Gavras.

Feito nos idos de 2000, o filme fala da dualidade entre a necessidade de divulgar o furo jornalístico e a fidelidade ao real. Pode erguer e derrubar personalidades. Servir ao bem comum ou limitar-se por conta de interesses que estão além da informação. Que uma mesma imagem pode ter uma série de interpretações e significados.

Tudo começa quando o repórter (sensacionalista) Max Brackett (Dustin Hoffmann, excelente como sempre) vai ao museu da bucólica Madeline, sucursal da emissora de TV em que atua, para executar uma "pauta de gaveta". Ou seja, aquela matéria que poderia muito bem esperar para amanhã.

A entrevista com a diretora do museu segue morna. Até o momento em que um ex-vigilante do local, Sam Baily, vivido por John Travolta (alô terceira fase de Jornalismo!), chega ao local armado para reaver seu emprego. Ingênuo e desesperado, acaba disparando a arma sem querer, acertando um funcionário.
Para piorar sua situação, o museu estava, àquele momento, sendo visitado por uma turma do ensino fundamental. Todos, a partir dali, são reféns "acidentais".

Começa aí o espetáculo. Max, refém do atormentado Sam, passa, sob a desculpa de ajudá-lo a "ganhar a confiança da opinião pública", passa a dizer tudo o que ele deve fazer. A intenção do repórter, porém, é brilhar, é ser a estrela, o herói daquela situação.

Todo o país, devido ao "bombástico" acontecimento, volta seu olhar para o museu. Quem é Sam, afinal, perguntam os repórteres?

A situação foge de controle. As emissoras passam a dar boletins ao vivo do lugar.

Programas de entretenimento, humor e os talk shows começam a entrevistar o "sequestrador por acaso". A família dele é entrevistada. Sua imagem, associada às mais diferentes problemáticas: pobreza, revolta, desequilíbrio emocional e econômico e até racismo (já que o homem em quem ele atirara sem querer era negro).

Um verdadeiro circo é montado em torno da situação. Tanto que, da sucursal de Nova York, o âncora Kevin Hollander (Alan Alda), inimigo mortal de Max Brackett, é mandado para cobrir o fato, que, pela repercussão, é divulgado em todo o país. Brackett, antes interessado somente em se promover, começa a repensar sua postura.

O filme em muito se assemelha com o que muitos programas sensacionalistas que a televisão (e outras mídias) nos repassam todos os dias. O que está em voga? A verdade, a ética ou a elevação da audiência?

É a pergunta que o filme, e o Claquete, deixam no ar.

O abraço especial do Claquete Dez, hoje, vai para o Guilherme, pessoa amiga e que sempre me incentiva a ir além. Gui, esse post é pra vc.

Clau, Be (amooo!), Fernando, Líz, Vanessa, Laura e Jhonny, abraços claquéticos a vcs também.

Luz, câmera... INFORMAÇÃO.