A atualidade da crítica de Jorge Amado em Capitães da Areia


Marginais ou marginalizados?

Essa é a pergunta que paira em nossas mentes ao ter contato com a história escrita nos idos de 30, mas que é, mais do que nunca, atualíssima.

Falando da obra Capitães da Areia, de Jorge Amado, o Claquete hoje fará uma viagem pelo universo literário, uma vez que o filme homônimo será lançado em novembro próximo. Sob direção da neta do autor, Cecília Amado, o filme promete mexer com as emoções de muita gente. Principalmente por desconstruir muitos dos pré-conceitos e padrões que regem a vida social.

A história, carregada de um tom jornalístico muito forte, faz uma crítica contundente à voz (ou à falta dela) e à vez (ou nenhuma vez...) dos menos favorecidos, em nossa sociedade.
Pedro Bala é o chefe de uma turma de meninos de rua, que, destituídos de carinho materno ou de qualquer outra perspectiva de sobrevivência, moram num trapiche abandonado da capital da Bahia.

Personagens densos, complexos, contraditórios, sensíveis. Bala, Gato, Professor, João Grande, Sem-Pernas e os outros dedicam-se a assaltos e outros crimes. São foras-da-lei, e as autoridades vigentes não se cansam de declarar isso via mídia.

Na contramão, pessoas como a mãe de santo Aninha, o capoeirista Querido de Deus e o padre José, lutam incansavelmente pelo bem-estar deles. Os veem como crianças que ainda podem sair dessa vida de erros e dores.

Durante a trama, os capitães amam, odeiam, roubam, são capturados pelo Reformatório, sofrem, riem, se encantam, se apaixonam. É especial a passagem do livro em que a jovem Dora chega ao bando. Lá, ela faz as vezes de mãe. De irmã. De amor eterno de Pedro Bala.

Eu, ao conhecer essa história por meio da minha amiga Cláudia, sorri, chorei e, certamente, cresci. Li o livro em menos de uma semana.

Aliás, vale (e muito) a pena ler o que a Clau escreveu no http://leioenleio.blogspot.com/2010/06/capitaes-da-areia.html sobre a obra.

Acima de tudo, os meninos, marginais, mas principalmente marginalizados, são seres humanos, retratados com muita propriedade pelo autor baiano. Para escrever Capitães da Areia, Jorge Amado foi viver durante algum tempo com os meninos de rua de Salvador. Presenteia-nos com uma visão diferente, que nos faz sair do nosso "quadrado"e olhar o mundo de forma mais humana.

Aos amigos e leitores do Claquete, aí está o link do trailer do filme Capitães da Areia, cuja trilha sonora é do maravilhoso Carlinhos Brown.


http://www.youtube.com/watch?v=7ySUSToBF_U

O abraço do Claquete Dez hoje vai para Clau (obrigada, amiga!) e família, Cris Possamai, Jhonny Colin, Andressa e Be.

Luz, câmera, HUMANIZAÇÃO.

2 Response to "A atualidade da crítica de Jorge Amado em Capitães da Areia"

  1. Northon says:
    5 de setembro de 2010 às 19:37

    nao vi o filme , amas certamente se segue o livro...deve ser fabuloso!

  2. Unknown says:
    6 de setembro de 2010 às 15:23

    Com certeza amado!
    Quem sabe vemos o filme juntos na estreia.
    Beijos, amigo, te adoro!
    Venha sempre ao Claquete Dez...

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