Sempre o amor: os encontros e desencontros de "500 dias com ela"

"Rapaz conhece garota. Ele se apaixona. Ela não". Essa, amigos do Claquete Dez, é a tônica do filme que assisti na companhia de meu amigo Be no último final de semana, 500 dias com ela (Days of Summer, 2008). Um filme que, confesso, pensei ser mais um "água com açúcar" desses que a Sessão da Tarde não se cansa de reprisar. Mas não.


É uma trama que subverte muitos dos padrões de comportamento aos quais estamos acostumados, no cinema e na vida real. E o diretor Marc Webb acerta em cheio ao nos desafiar com uma história para a qual o final, embora possa vir a ser feliz (dependendo do ponto de vista), pode não ser o esperado "felizes para sempre" ao qual estamos acostumados a esperar. Mostra que, por vezes, somos emotivos demais, e que temos coragem de menos para ir em buscar de possibilidades que nos ajudem na necessária (e individual, sempre) tarefa de ser feliz. Tom, um cara tímido e introspectivo, se apaixona pela nova colega de trabalho, a bela Summer.


Desde que a viu, gostou dela, por muitas razões e por nenhuma em particular. As circunstâncias e o gosto comum pelo som indy dos Smiths os une, inicialmente. Para ele, quando eles se beijam, tem início uma história de amor. Para ela, no entanto, começa ali uma "amizade colorida", um "affair", o que, desde o princípio, Summer deixa bem claro.


Contudo, muitas vezes, os caminhos do amor são imprevisíveis. Tom, com o passar do tempo (retratado no filme de forma não-linear, o que em muito se parece com a forma como, ao rememorar uma história, pensamos) se envolve para valer. Até que o sonho chega ao fim. Ele, ante a negativa da amada, sente ódio, raiva, dor, mas acima de tudo, AMOR, e ferido. Seu intenso sofrimento o faz desistir do trabalho (ironia) de redator de cartões de amor. A forma dolorosa como ele relembra cada fato, cada beijo, cada gesto e cada noite passada ao lado dela faz a gente refletir sobre algo que, ante uma expectativa não contemplada, nos assola. O quanto nos torturamos quando, na vida afetiva, algo foge ao nosso controle, de certa forma, frustrando nossos anseios por vezes fantasiosos.


O amor consiste em ser capaz de continuar admirando alguém dia após dia. É, mesmo conhecendo os defeitos de alguém, querer viver próximo.

Querer, e não precisar estar junto. Mas é, amigo seguidor, acima de tudo, SE amar e viver bem consigo. Summer e Tom, ao trilharem outros caminhos, nos convidam a fazer o mesmo.


Viver implica em amar, em volta e meia se ferir, mas sempre, e irremediavelmente, SER FELIZ. Nota dez também para a trilha sonora... Esse post, seguidor (a) é todo seu.




Abraços claquéticos... Luz, câmera, (DES)ILUSÃO.

2 Response to "Sempre o amor: os encontros e desencontros de "500 dias com ela""

  1. Juliana Bettini says:
    15 de abril de 2011 às 19:56

    Gosto mto da maneira como vc escreve e, principalmente descreve os filmes. Sempre indo além da história...
    Já fiquei curiosa!

    Abraço, Ju

  2. Líz says:
    16 de abril de 2011 às 08:27

    "O amor consiste em ser capaz de continuar admirando alguém dia após dia. É, mesmo conhecendo os defeitos de alguém, querer viver próximo". Concordo rsrs
    Vi esse filme numa lista interessante esses dias e fiquei curiosa, depois vejo o post aqui rsrs, acho que é pra mim assistir ele mesmo rsrs.
    =*

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