Luz, câmera... construção.
Olá cinéfilos de plantão... o Claquete hoje está reflexivo... risos.
Começo esse post com uma pergunta: como construímos a realidade? Essa questão me acompanha desde que me entendo por gente. Porém, tornou-se constante quando me formei em Jornalismo.
Os meios de comunicação nos ajudam a conhecer o mundo, o real, o concreto, certo? Em grande parte das vezes.
Diante das diferentes interpretações que um fato pode ter, pergunto: será possível "construir" uma realidade a partir do que já não existe ao nosso redor?
Esta é a tentativa do protagonista do filme-post de hoje, Alexsander, interpretado pelo talentoso ator alemão Daniel Brühl.
O filme Adeus, Lênin! , de Wolfgang Becker (2003), assisti em 2004, por ocasião em uma viagem à descomunal São Paulo. Narra a mudança ocorrida na Alemanha Oriental a partir da reunificação, com a queda do Muro de Berlim, em 1989.
Pouco antes da queda do muro de Berlim, a ex-professora Cristiane Kerner (vivida por Katrin Sass), é uma militante na Alemanha socialista (a Oriental), que entra em coma ao se deparar com o choque entre manifestantes e policiais nesse cenário turbulento de mudança.
Ela permanece desacordada por oito meses. Perde, com isso, a vitória do regime capitalista e a queda do muro que dividia as duas Alemanhas (a Ocidental capitalista da Oriental socialista, na qual ela vivia e era feliz). Quando ela "volta", tudo está diferente. É então que seu filho Alex, por querer poupá-la, passa a esconder dela os acontecimentos.
Quando ela deseja assistir às notícias na televisão para "se informar" ele precisa contar com a ajuda do amigo Denys, diretor de vídeos, para "moldar" a realidade de acordo com os sonhos e anseios da mãe socialista.
Nesse cenário, Alex também se transforma. Amadurece, apaixona-se e vê seu mundo mudar.
Constrói, por assim dizer, uma realidade "paralela", "alternativa" que vai ao encontro da expectativa de estabilidade da mãe, convicta de que o regime em que viveu e no qual sempre acreditou é o melhor. A realidade "outra".
Um filme sensível, inteligente, levemente cômico e que retrata de forma significativa a entrada do capitalismo na Alemanha Oriental.
É importante perceber, na trama, a despedida de ícones do socialismo (como a estátua de Lênin sendo retirada) e o surgimento de sinais capitalistas (como as antenas parabólicas, a Coca-Cola (r) e o Burger King, rede de fast-food).
Enfim, um filme imperdível! Em especial para minha turma da terceira fase, que hoje trabalhará com o filme em sala, considerando o que vimos sobre as teorias do Jornalismo.
Abraços a todos, em especial para o Be (te amo, amigo), Cláudia (mais nova futura doutora da área, PARABÉNS), Maitê, Fernando, Davi e Marli (amigos, "special people in the world").
21 de junho de 2010 às 21:50
Ótimo post... instigado a assistir. VOu pesquisar. Te amo Má!
22 de junho de 2010 às 12:13
Filmaço!!!! Vale a pena cada segundo da película! Bjos
22 de junho de 2010 às 12:56
Show de bola o filme!! Eu já conhecia a algum tempo, mas é sempre bom relembrar produções que nos fazem pensar, sair um pouco da turbulência da realidade que construímos, ou pelo menos revê-la sob um outro ponto de vista.
Excelente post!!! Parabéns!!!
24 de junho de 2010 às 10:04
Nossa, só pelo texto já estou com vontade de ver este filme, muito envolvente a escrita! Parabéns
Fernando de Souza
24 de junho de 2010 às 12:19
Obrigada meus queridos... venham sempre ao Claquete Dez.
Beijos,
Ma.
24 de junho de 2010 às 20:24
Fica a sugestão, assim saio daquele estilo de ação "americanizado" , onde as balas das armas não acabam, o mocinho apanha até na alma e não morre e com um unico soco ele mata todos os vilões.
Esse novo layout do blog ficou muito bom, parabéns.
Bjs,
Rafa :)
25 de junho de 2010 às 17:02
Obrigada, Rafa... fiquei feliz com teu comentário... volte sempre ao Claquete Dez.
Bj!
3 de julho de 2010 às 08:20
Segundo meu amigo Fernando, o Alex do filme é a cara do Kaká... não é que é mesmo? Risos!