Uma história imperdível, um herói improvável: a quebra de preconceitos em "Quem quer ser um milionário"?


Você vai conhecer uma história e tanto...
Absurdamente real, dramática e chocante. Trama em que, em contrapartida, algo pra lá de inesperado acontece.
Essa foi a minha conclusão, caro seguidor do Claquete Dez, ao assistir ao filme-post de hoje, nosso primeiro comentário de 2011.

Ganhador de oito Oscars, dentre eles o de melhor filme estrangeiro, Quem quer ser um milionário? (Slumdog millionaire, 2008-2009), foi uma das tramas mais contundentes, sensíveis e emocionantes que já tive a oportunidade de ver.

Por ter me marcado de diversas maneiras, não poderia deixar de dividir minhas impressões com os amigos deste blog.

Dirigido pelo criativo Danny Boyle (que também foi agraciado com a estatueta de melhor diretor), é uma produção indiana, da qual participam atores até então desconhecidos e outros já famosos em Bollywood.

Na Índia marcada pela grande disparidade social, dentre muita pobreza e opulência de poucos, conhecemos a história de Jamal, que trabalha servindo café em um Call Center. Contrariando a todas as expectativas e estereótipos, o jovem se inscreve para participar de um famoso programa, no estilo "Show do Milhão", no qual doutores e demais pessoas letradas jamais chegaram ao grande prêmio, estimado em um milhão de rúpias, a moeda indiana.

A partir da primeira pergunta, entramos no mundo íntimo do sofrido Jamal, um jovem com experiência de ancião.

A pergunta que fica em nossa mente, assim como a do delegado local e do famoso apresentador do programa, que assistira à derrota de cultos participantes, é a seguinte. Como um garoto sem estudo e aparentemente sem experiência como Jamal ousara participar de um desafio tão grande?

O que acontece faz nosso queixo cair, desafiando e desconstruindo nossos pré-conceitos. A cada questão, é como se cada um de nós fosse capaz de visitar as (em sua maioria, dolorosas) lembranças do jovem Jamal que, ao lado do controvertido irmão Salim, passa a viver nas ruas de Mumbai após o brutal assassinato de sua mãe. Os símbolos, a emoção sentida e as lições aprendidas por Jamal são partilhadas com o espectador, fazendo com que nos sintamos parte da história.

A cada pergunta e resposta correta, tomamos ciência da exploração, dos árduos sofrimentos e sobretudo, da grandiosidade do caráter de Jamal. Conhecemos, também, aquela que para ele, tem valor inestimável. O que, na vida de cada um de nós, é o que há de mais caro e incalculável: o AMOR. Para Jamal, este atende pelo nome de Latika.

Separados pelas circunstâncias, ainda na infância, Jamal e Latika, ao que parece, estavam destinados a se reencontrar. Entretanto, a vida parece querer vê-los separados... Por seu amor, ele venceu medos, dúvidas e limites. Para Jamal, essa separação representa dor e, ao mesmo tempo, a resposta certa à questão feita em uma das etapas do jogo.

Torturado sob a suspeita de haver trapaceado, nosso protagonista tem sua honestidade colocada em xeque, pela polícia e pelo apresentador do programa.

Quem seria, amigo seguidor do Claquete, esse rapaz? Por meio de lembranças tristes, de pobreza, violência, inocência, traição (representada pelo irmão, Salim) e amor, foi possível a Jamal vencer, no programa e no amor?

Ao longo do filme, triste e emocionante, ao mesmo tempo violento e sutil, eu falava com a TV, torcia e tentava responder às perguntas feitas a Jamal. A cada acerto, vibrava. Quem assistir, saberá. Vai chorar, vai se revoltar, vai torcer e vai sorrir. Vai se chocar e se desafiar. E jamais vai se esquecer desse maravilhoso filme.

Vale destacar a excelente "Jai Ho", música vencedora de mais um dos oito Oscars destinados ao filme. A dança do elenco ao som dessa linda música é de arrepiar, verdadeiramente emocionante.

Esse filme me marcou de forma muito positiva, pela visão da dura realidade da Índia, aliada à sutileza das relações humanas e à busca de Jamal pela própria felicidade.

Seguem abaixo dois links interessantes...

Site oficial - http://www.quemquerserummilionario.com.br/
Jai Ho - http://www.youtube.com/watch?v=UHIdyWABR0s&feature=related

O abraço do Claquete Dez, hoje, vai para meus queridos Be (hasta la vista, amigo!), Clau e família, meu pai (que gosta tanto cinema quanto eu), Fernando (a quem eu garanti que escreveria esse post), Líz, Jhonny e Laura, seguidores fiéis deste singelo espaço na blogosfera.

Luz, câmera, ADMIRAÇÃO!

















4 Response to "Uma história imperdível, um herói improvável: a quebra de preconceitos em "Quem quer ser um milionário"?"

  1. Elizangela says:
    11 de janeiro de 2011 às 18:49

    Se eu já tinha curiosidade de ver esse filme agora então... Só ouço elogios ao filme. Passou na TV e eu perdi =S Mas vou ver assim que puder =) Muito legal o blog!
    =*

  2. Marília K. says:
    11 de janeiro de 2011 às 19:02

    Oi Líz, obrigada de coração... vais amar o filme.
    Beijo e venha sempre ao Claquete!

  3. Fernando de Souza Says:
    12 de janeiro de 2011 às 05:13

    Realmente seu post sintetiza o que representa esse bela história! Um show de cultura e cenas que passeiam em minha memória frequentemente! Agradeço a dedicatória!

  4. Unknown says:
    12 de janeiro de 2011 às 17:06

    Obrigada Fernando... prometi e cumpri. Aí está o post.
    Um beijo e obrigada pelo comentário! Venha sempre ao Claquete Dez.

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